Subida dos preços dos alimentos, transportes e habitação foram os que mais contribuíram para a inflação em junho, diz o INE.
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Inflação em Portugal
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A inflação em Portugal – tal como na Zona Euro – continua a subir. E em junho a inflação em território nacional alcançou os 8,7%, uma taxa 0,7 pontos percentuais (p.p.) superior à registada em maio (8,0%), confirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira. Trata-se mesmo a taxa de inflação mais elevada desde dezembro de 1992.

Mas quais foram as áreas que mais contribuíram para o disparo da taxa de inflação homóloga em junho? De acordo com o gabinete de estatística português, destaca-se o aumento dos preços nos produtos e serviços integrados nas seguintes classes:

  • Bens alimentares e bebidas não alcoólicas;
  • Transportes;
  • Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis.

“Nas classes com contribuições negativas destaca-se a da Saúde, em consequência do alargamento dos critérios de isenção de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, destaca ainda a mesma publicação.

O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) também acelerou, registando uma variação de 6,0% (5,6% em maio). “Este é o valor mais elevado registado desde junho de 1994”, refere o INE no boletim publicado esta terça-feira, dia 12 de julho de 2022.

De notar ainda que os produtos energéticos registaram uma taxa de variação homóloga de 31,7% (27,3% no mês precedente), sendo este o valor mais elevado desde agosto de 1984. Já o índice referente aos produtos alimentares não transformados apresentou uma variação de 11,9% (11,6% em maio).

alimentos mais caros
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Inflação aumenta 0,8% em junho face a maio

A variação mensal do Índice de Preços no Consumidor (IPC) – que mede a inflação no país - foi de 0,8% (1,0% no mês precedente e 0,2% em junho de 2021). E foi o aumento dos preços na área dos transportes (+3,8%) e nos restaurantes e hotéis (+3,2%) que mais contribuíram para a subida da inflação em junho face a maio. Já a área da saúde (-4,9%) teve uma contribuição negativa.

A variação média dos últimos doze meses foi 4,1% (3,4% em maio). E excluindo do IPC os produtos alimentares não transformados e energéticos, a taxa de variação média foi 2,8% (2,2% no mês anterior). Por outro lado, a variação média relativa aos produtos alimentares não transformados foi de 4,1% (3,1% em maio), enquanto o índice dos produtos energéticos apresentou uma variação de 16,8% (14,9% no mês anterior).

Preços a subir em Portugal
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Inflação em Portugal está 0,4 p.p. à frente da média da Zona Euro

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português – usado pelo Eurostat para comparar a inflação nos diferentes países da Zona Euro - apresentou uma variação homóloga de 9,0%, novo valor mais elevado registado desde o início da série do IHPC, em 1996.

“Esta taxa é superior em 0,9 p.p. à do mês anterior e superior em 0,4 p.p. ao valor estimado pelo Eurostat para a área do Euro (em maio, esta diferença tinha sido nula)”, refere o INE.

Em relação aos produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 6,6% em junho (5,8% em maio), superior à taxa correspondente para a área do Euro (estimada em 4,6%), “mantendo o perfil marcadamente ascendente verificado nos últimos meses”, destaca o instituto.

O IHPC registou uma variação mensal de 1,1% (1,0% no mês anterior e 0,2% em junho de 2021) e uma variação média dos últimos doze meses de 4,1% (3,3% no mês precedente).

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