
O centro histórico de Lisboa está a captar, cada vez mais, a atenção dos investidores estrangeiros. Aliciados pelo regime de residentes não habituais e pelos vistos gold, franceses, brasileiros e chineses estão a dominar as compras e reabilitação de imóveis no coração da capital, segundo a Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP).
“Muitos estrangeiros com capacidade financeira estão a ser atraídos para o centro histórico lisboeta pelo regime de residentes não habituais, pelos ‘vistos gold’ e pela boa imagem que Lisboa tem no exterior”, explicou o presidente da associação, Eduardo Miranda, que falava esta quarta-feira numa conferência de imprensa sob o tema “Mitos e Realidades sobre o Alojamento Local nos Centros Urbanos”, em Lisboa.
Estrangeiros transformam casas para turistas
Segundo o presidente da ALEP, citado pela Lusa, o alojamento local acaba por ser uma opção para estes investidores porque é um “modelo flexível”, que lhes permite cumprir os dias a residir em Portugal a que são obrigados para não perderem as regalias e, simultaneamente, rentabilizar o imóvel.
Conta a agência de notícias que Eduardo Miranda aproveitou o momento para desmistificar a ideia de que o AL “promove o trabalho precário”, afirmando que “tem um efeito importante na distribuição de rendimento e na criação de auto-emprego local”.
Rendimento extra
Além disso, afirmou que o acolhimento dá “rendimento extra a milhares de estudantes e profissionais com formação em áreas de difícil empregabilidade como línguas, história e arquitetura” e referiu que os próprios turistas querem “fazer a vida de bairro” e consomem nos cafés e mercearias locais.
Atualmente, de acordo com os dados da ALEP, existem em Portugal 30.308 alojamentos locais, dos quais 5.114 em Lisboa, sendo a maioria nas freguesias de Santa Maria Maior (1.533) e da Misericórdia (1.148).
Este negócio é explorado, na maioria dos casos, por pequenos empresários (90%), que têm entre um e três imóveis.
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