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Terrenos da Feira Popular de Lisboa comprados pela Fidelidade por mais de 200 milhões
idealista/news

A Câmara de Lisboa conseguiu, finalmente, fechar o processo de venda dos terrenos da antiga Feira Popular. A hasta pública, realizada esta quarta-feira de manhã acabou com êxito, tendo como vencedor a Fidelidade Properties. A empresa pagou cerca de 274 milhões de euros de euros pelos lotes onde antes estava o parque de diversões da capital, além de uma parcela na Avenida Álvaro Pais, tudo na zona de Entrecampos, onde vai construir a sua sede.

A seguradora desembolsou 238,5 milhões pelo espaço da antiga feira e arrematou ainda um terreno na Avenida Álvaro País por 35,4 milhões de euros. 

A Lusa, que avançou com a informação, escreve que a autarquia liderada por Fernando Medina esperava arrecadar 188,4 milhões com esta hasta pública, tendo arrecadou mais 85,5 milhões face a este valor.

“Na hasta pública realizada pela câmara de Lisboa, relativa à Operação Integrada de Entrecampos, foi adjudicado à Fidelidade todos os lotes que compunham a antiga Feira Popular, o que lhe permitirá não só impulsionar a construção da nova sede do Grupo em Lisboa, mas também participar num projeto imobiliário verdadeiramente inovador e transformador para a cidade, que definirá uma nova centralidade, com alta criação de valor e visibilidade internacional”, informa a Fidelidade em comunicado.

Na corrida estavam, além da Fidelidade Property Europe, SA., as empresas Dragon Method, SA., e MPEP - Properties Escritórios Portugal, SA., que tinham todas apresentado propostas relativamente a esta hasta pública, que decorreu esta quarta-feira, dia 12 de dezembro de 2018, no Campo Grande, em Lisboa.

Esta venda, contextualiza por sua vez o Público, insere-se na chamada Operação Integrada de Entrecampos, com o qual a câmara quer revolucionar a zona. Para o espaço da antiga Feira Popular está previsto um centro empresarial, espaços verdes e 279 fogos de habitação – que, ao contrário dos que serão construídos na Avenida das Forças Armadas, não se destinam ao Programa de Renda Acessível, e portanto poderão ser arrendados ou vendidos a preços de mercado. 

Como se processou a venda

A licitação para a Parcela A, com uma área total de 11.356 metros quadrados, arrancou nos 46,1 milhões de euros, mas a área acabou por ser vendida por 83,1 milhões de euros, relata o ECO. Esta zona será destinada a comércio e serviços, será ainda construído um parque de estacionamento privado, lê-se na apresentação do projeto.

Já a Parcela B, que compreende os lotes B1 e B2, foi vendida por um total de 155,4 milhões de euros. O lote B1, indica o jornal online, foi comprado por 88,3 milhões de euros, enquanto o B2 foi por 67,1 milhões de euros. Esta área, com 59.180 metros quadrados, vai incluir comércio e serviços, dois parques de estacionamento privado e um público e, finalmente, a habitação.

A terceira e última parcela, a Parcela C, correspondente a um terreno com 13.278 metros quadrados na Avenida Álvaro País, que prevê uma zona de serviços, um parque de estacionamento público e um privado foi vendida por 35,4 milhões de euros, cuja base de licitação estava nos 27,9 milhões de euros, aponta o mesmo meio.

A história conturbada desta hasta pública - com o MP pelo meio

A primeira tentativa de alienação destes terrenos, tal como recordava a agência de notícias noutra nota de informação, esteve agendada para o passado dia 12 de novembro, mas foi adiada por duas semanas, depois de a autarquia ter recebido, no dia 7, um ofício do Ministério Público (MP), que levantava questões relativamente ao projeto de requalificação da zona, conhecido como Operação Integrada de Entrecampos.

No documento de sete páginas, e assinado pela procuradora Elisabete Matos, eram elencadas cinco questões: a percentagem de habitação que será incluída no projeto, a figura de operação integrada, a unidade de execução, a edificabilidade de área da antiga Feira Popular e ainda a eventual ausência de um parecer da Autoridade Nacional de Aviação Civil.

Já no dia 9 de novembro, a Câmara de Lisboa respondeu às questões colocadas pela procuradora, considerando que tinham ficado esclarecidas “quaisquer dúvidas” relativamente à legalidade do projeto.

Porém, no dia 22 de novembro, o MP endereçou um novo ofício ao município, maior do que o primeiro, onde aprofundava as primeiras dúvidas e aconselhava a Câmara de Lisboa a “reponderar” o projeto de requalificação, “com vista a acautelar possíveis ilegalidades”.

Por isso, acrescenta a agência de notícias, a hasta foi aberta no dia 23 de novembro, mas acabou por ser interrompida para os candidatos poderem analisar as questões colocadas, tendo ficado previsto que retomasse a 3 de dezembro, o que não aconteceu. 

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