Investimento captado caiu 10% em setembro face ao mesmo mês do ano passado, para 43,5 milhões de euros.
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Vistos gold: investimento cai 10% num ano – captados mais de 5,5 mil milhões desde 2012
Kinga Cichewicz on Unsplash
Lusa

O investimento captado através da concessão de Autorização de Residência para Investimento (ARI) – designação oficial para a atribuição de vistos gold – caiu 10% em setembro face ao mesmo mês do ano passado, para 43,5 milhões de euros. Ao todo, em quase oito anos, o investimento conseguido através do programa de vistos gold, que vai terminar em Lisboa e Porto, totaliza mais de 5,5 mil milhões de euros, com a aquisição de bens imóveis a representar quase 90% do montante.

Em setembro, o investimento resultante da concessão de ARI atingiu 43.512.585,46 euros, menos 10% que um ano antes (48,4 milhões de euros). Face a agosto (57,6 milhões de euros), a queda foi de 24%, escreve a Lusa, baseando-se nas estatísticas do SEF.

No mês passado foram atribuídos 78 vistos gold, dos quais 70 por via da aquisição de bens imóveis (16 na compra para reabilitação urbana) e oito através do critério de transferência de capital.

A compra de imóveis registou um investimento de 39,4 milhões de euros no mês em análise, dos quais 5,6 milhões de euros corresponderam à aquisição para reabilitação urbana.

Já a transferência de capitais totalizou um investimento de 4,1 milhões de euros, não tendo sido, mais uma vez, atribuído qualquer visto por via da criação de postos de trabalho.

Do total das concessões de vistos gold em agosto, 19 foram provenientes da China, nove do Vietname, seis da África do Sul, cinco do Brasil e outros cinco dos EUA.

Do total acumulado do ano, o montante captado por este instrumento ascendeu a 540 milhões de euros, menos 10% que nos primeiros nove meses de 2019. De referir ainda que entre janeiro e setembro foram atribuídos 993 vistos gold.

Mais de 5,5 mil milhões investidos em quase oito anos

Em quase oito anos de existência – o programa foi lançado em outubro de 2012 –, o investimento captado através deste regime totaliza mais de 5,5 mil milhões de euros, com a aquisição de bens imóveis a representar quase 90% daquele montante. Até setembro registou, o prograna registou um investimento acumulado de 5.532.470.527,84 euros.

Deste montante, a aquisição de imóveis corresponde a 89% do investimento captado, totalizando 4.998.215.303,96 euros. Dos 4,9 mil milhões de euros captados em compra de imóveis, cerca de 263 milhões de euros corresponde a investimento realizado na compra para reabilitação urbana.

Por sua vez, os vistos atribuídos por via do critério de transferência de capitais totalizaram 534.255.223,88 euros.

Desde a criação deste instrumento, que visa a captação de investimento estrangeiro, foram atribuídos 9.200 ARI: dois em 2012, 494 em 2013, 1.526 em 2014, 766 em 2015, 1.414 em 2016, 1.351 em 2017, 1.409 em 2018, 1.245 em 2019 e 993 em 2020.

Até setembro, em termos acumulados, foram atribuídos 8.654 vistos gold por via de compra de imóveis, dos quais 731 tendo em vista a reabilitação urbana.

Por requisito da transferência de capital, os vistos concedidos totalizam 529 e mantêm-se 17 por via da criação de postos de trabalho (nos últimos meses não tem sido registado qualquer visto atribuído por esta via).

Por nacionalidades, a China lidera a atribuição de vistos (4.708), seguida do Brasil (973), Turquia (441), África do Sul (384) e Rússia (353).

Desde o início do programa foram atribuídas 15.792 autorizações de residência a familiares reagrupados, das quais 1.169 em 2020.

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