Licenças de construção de habitação nova com “quebra menos intensa” – diminuem 2,5% até julho
Construção revela uma “significativa resiliência” em tempos de pandemia, concluem associações do setor.

Nos primeiros sete meses do ano, as licenças emitidas pelas autarquias para construção de habitação nova tiveram “uma quebra menos intensa que a registada nos meses anteriores, tendo-se apurado uma variação em termos homólogos acumulados de -2,5%”. No caso do licenciamento de fogos em construções novas, verificou-se também um decréscimo de 4,4% em termos homólogos, para um total de 13.456 habitações. Em causa estão dados divulgados pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) e pela Associação de Empresas de Construção e Obras Publicas e Serviços (AECOPS).
As associações consideram, no entanto, que o setor da construção dá sinais de estar a reagir à pandemia da Covid-19. “Com base na informação estatística setorial disponível até ao final do mês de agosto verifica-se que, globalmente, o setor da construção revela uma significativa resiliência perante o impacto do atual surto pandémico na atividade económica, com os principais indicadores setoriais a manterem-se mais positivos do que os apurados para a generalidade da economia”, referem, em comunicado.
Segundo se lê no documento, em agosto, o consumo de cimento aumentou 13% em termos homólogos, elevando para 2,4 milhões de toneladas o consumo desta matéria-prima desde o início do ano, mais 10,3% em termos homólogos acumulados.
De referir ainda que, de acordo com a estimativa rápida da “Conjuntura da Construção”, no segundo trimestre de 2020 foram transacionados 33.398 alojamentos familiares num montante global de 5.145 milhões de euros, menos 21,6% e 15,2%, respetivamente, que no mesmo período do ano passado.
“Neste caso, o desempenho do mercado imobiliário acompanhou a evolução das restrições impostas no contexto da pandemia Covid-19. Efetivamente, no mês de abril, período durante o qual vigorou o estado de emergência, foi o mês em que se observou a maior contração, em termos homólogos, do número de transações (variação de -35,2%) e nos meses de maio e junho, com o início do desconfinamento, as reduções foram menos expressivas, registando-se taxas de -22% e -7,6%, respetivamente, aproximando-se
dos números verificados no primeiro trimestre”, lê-se na nota da AICCOPN e da AECOPS.
Relativamente aos preços dos imóveis, “permanece inalterada a tendência global de crescimento”: o índice de preços da habitação valorizou 7,8% em termos homólogos no segundo trimestre de 2020 e os valores de avaliação bancária na habitação atingiram um novo máximo histórico em julho, com um aumento de 8% em termos homólogos.
“No mesmo sentido, a concessão de crédito para aquisição de habitação mantém uma tendência positiva até julho, com um crescimento em termos homólogos acumulados de 6,5%, para 6.273 milhões de euros”, concluem as associações.