
Sim, há imóveis que ficam para a história. Mas nem sempre é por bons motivos. É o caso de um prédio no Porto que ficou conhecido por ter sido ali que foi assassinada, em fevereiro de 2006, Gisberta Salce Júnior, uma mulher de 46 anos, transgénero. O edifício em causa, localizado na Avenida de Fernão de Magalhães, esteve inacabado e ao abandono todos estes anos (18) e vai ganhar agora nova vida. Era para ter sido um hotel, mas vai renascer com casas para a classe média e com escritórios. Em causa está um investimento total (aquisição do imóvel mais construção/desenvolvimento do projeto) de cerca de 150 milhões de euros, revela ao idealista/news Aniceto Viegas, diretor-geral da promotora imobiliária Avenue.
A notícia de que o edifício ia ser de uso misto – residencial e escritórios – e não um hotel foi avançada pelo Porto Canal e confirmada ao idealista/news por Aniceto Viegas: “O ativo foi adquirido em julho do ano passado a um grupo português”, revela, preferindo “não adiantar” mais informações, como por exemplo o valor do negócio e a identidade do vendedor.
Em causa está, no entanto, um investimento avultado. “Ainda estamos a fechar o valor do investimento total, mas será de aproximadamente 150 milhões de euros”, assegura.
Quando questionado sobre o porquê da mudança de uso, responde de forma clara: “Na vizinhança imediata já existem dois hotéis em funcionamento com uma boa oferta de quartos e estão previstos mais investimentos hoteleiros na zona, pelo que fazia sentido trazer uma oferta de habitação e de escritórios”.
Segundo Aniceto Viegas, está em causa “um projeto de uso misto com uma oferta predominantemente de habitação, cerca de 30.000 metros quadrados (m2), de escritórios, cerca de 18.000 m2, e três lojas junto da Avenida de Fernão de Magalhães”.
“Ainda estamos a finalizar a conceção do produto, pelo que não podemos adiantar muitos detalhes nesta fase. O produto está a ser desenhado para responder a uma procura essencialmente da classe média, privilegiando tipologias T0, T1 e T2. Teremos também alguns T3”, acrescenta.
Construção arranca este ano e termina em 2026
Salientado que ainda não há manifestações de interesse, porque “o projeto não foi lançado comercialmente”, o diretor-geral da Avenue faz um ponto da situação sobre os trabalhos em curso: “As obras de demolição da estrutura existente iniciaram-se em novembro de 2023 e prevemos começar com as obras estruturais ainda durante o primeiro semestre de 2024. A previsão de conclusão está prevista para a segunda metade de 2026”.
O que distinguirá, afinal, este empreendimento residencial dos restantes existentes na cidade Invicta. “Ainda estamos a finalizar a conceção do produto, mas podemos avançar que o projeto terá um conjunto de ‘amenities’ e espaços exteriores de utilização comum”, remata.
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