Os investidores estrangeiros estão a animar o mercado residencial de arrendamento de luxo em Lisboa, dando sinais que Portugal, e em concreto a capital, continua na mira. Os dados mais recentes da Athena Advisers comprovam-no: 70% dos arrendamentos no segmento residencial premium realizados pela consultora imobiliária nos últimos 15 meses foram feitos por famílias maioritariamente de origem francesa, inglesa e americana, que escolhem zonas de Lisboa com oferta de escolas e equipamentos. Os imóveis em causa têm de ter – este é um dos requisitos obrigatórios – áreas exteriores.
Segundo a Athena Advisers, “o mercado de arrendamento de média e longa duração no segmento residencial premium em Lisboa tem registado um crescimento muito acentuado, impulsionado pela procura de famílias estrangeiras que pretendem estabelecer residência em Portugal”.
A consultora revela, em comunicado, que na pré-pandemia da Covid-19 geria sobretudo arrendamentos de curta duração para os seus clientes, que adquiriam propriedades numa ótica de investimento. Mas agora “passou também a direcionar a sua operação para o mercado de média e longa duração, graças ao forte aumento da procura por este tipo de arrendamento ainda durante a pandemia”.
“Durante os últimos 15 meses, 70% da procura é proveniente de famílias estrangeiras que se estabelecem de modo permanente em Portugal e 30% advém de nómadas digitais ou expatriados por motivos profissionais que se fixam no nosso país de forma temporária. Em termos de nacionalidades, os franceses lideram a procura com 30% e logo a seguir surgem os americanos e ingleses com igual percentagem de 20% cada, sendo os restantes 30% de outras origens”, lê-se na nota.
“Arrendamento é uma excelente opção”
Para Marta Salgado, responsável pelo Departamento de Arrendamento na Athena Advisers Portugal, “há alguns anos que” os cidadãos estrangeiros elegem “Portugal, e nomeadamente Lisboa, para residir ou trabalhar”, tendo a pandemia acentuado “ainda mais esta tendência, devido à qualidade de vida” que o país oferece.
“O arrendamento surge, neste contexto, como uma excelente opção não só para os nómadas digitais mas também para as famílias que, vindas de cidades completamente diferentes e onde as distâncias que percorrem no seu quotidiano são muito maiores, querem analisar a dinâmica e o estilo de vida da cidade, bem como conhecer mais a fundo o próprio mercado antes de avançarem para a compra de uma casa”, explica a responsável.
"A oferta de qualidade no segmento premium continua a ser muito escassa, o que tem travado um crescimento que poderia ser ainda mais acentuado, tendo em conta que este mercado apresenta um potencial enorme"
Marta Salgado, responsável pelo Departamento de Arrendamento na Athena Advisers Portugal
Não é de admirar, por isso, que as zonas mais procuradas sejam as que têm escolas internacionais por perto, além de uma boa oferta de serviços e equipamentos, como jardins públicos. “No topo das preferências surgem os bairros da Estrela, Lapa, Campo de Ourique, Príncipe Real e ainda a Quinta da Beloura”, adianta a consultora.
As tipologias mais procuradas são…
De acordo com a Athena Advisers, as tipologias mais procuradas e que melhor servem as necessidades destas famílias variam entre o T3 e o T5, sendo que as tendas custam entre 3.000 e 8.000 euros por mês. “A média dos arrendamentos ronda entre um a dois anos, o tempo suficiente para conhecerem a cidade de Lisboa e tomarem a decisão de investir na aquisição de casa com mais confiança e segurança”, explica Marta Salgado.
Que casas querem os nómadas digitais
Segundo os dados da Athena, os nómadas digitais, por norma pessoas bastante jovens que viajam sozinhas, procuram T1 e T2 com preços que variam entre 1.000 e 3.000 euros por mês, sendo que o prazo do arrendamento não costuma ser superior a um ano. As suas zonas de eleição incidem no Chiado, Santos e Bairro Alto, bairros centrais com uma ampla oferta a nível de lazer, cultura e entretenimento.
Uma condição: a casa ter espaços exteriores
Há, no entanto, um requisito obrigatório na hora de decidir que casa se vai arrendar: ter espaços exteriores, como terraços, jardins, pátios ou varandas. “As casas com garagem são bastante valorizadas pelas famílias e as ‘amenities’, como piscina ou ginásio, são muito apreciadas por clientes de origem brasileira”, acrescenta a empresa.
Marta Salgado deixa, contudo, um aviso. Salientando que se assiste “a uma procura cada vez maior para o mercado de arrendamento”, a responsável lembra que “a oferta de qualidade no segmento premium continua a ser muito escassa, o que tem travado um crescimento que poderia ser ainda mais acentuado, tendo em conta que este mercado apresenta um potencial enorme”.
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“A Athena Advisers está em Portugal desde 2012 e totalmente operacional desde 2014”, diz ao idealista/news David Moura-George, diretor da Athena Advisers em Portugal, acrescentado que o país continuará na mira dos investidores estrangeiros.
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Como estão a ser desenhadas as casas do futuro? Multifuncionalidade é palavra de ordem
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