Custo dos materiais e mão de obra para manutenção e reparação da casa têm vindo a escalar, mostram os dados do INE.
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Obras em casa mais caras
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A inflação é um tema na ordem do dia no espaço europeu. E Portugal, embora esteja na cauda na europa nesta matéria, viu o Índice de Preços no Consumidor (IPC) subir em 2021, registando uma variação média anual de 1,3%, aponta o Instituto Nacional de Estatística (INE). E das despesas que mais escalaram estão relacionadas com a habitação. Além das rendas – que subiram 1,8% face a 2020 – também a manutenção e reparação da casa ficou mais cara em 2021, aumentando cerca de 2,4%. Comparando com 2019, os serviços de reparação de habitações estão 10,2% mais caros.

O balanço final das despesas com a casa feito pelo INE diz-nos que o custo de vida aumentou. Isto porque o indicador que engloba a renda da casa e os serviços que a mantém viva - como a água, luz e gás - subiu 1,6% em 2021 face a 2020. Note-se que estes gastos com a casa representaram a maior fatia das despesas das famílias portuguesas em 2020 – cerca de 19,4%, segundo aponta a análise do Eurostat. Mas quando comparado com os 27 estados-membros da União Europeia, Portugal é mesmo o sétimo país onde os custos com a casa pesam menos no total de despesas familiares.

Mas o que é que está por detrás deste aumento das despesas com a casa entre 2021 e 2020? Segundo explica o gabinete de estatística, “na primeira metade do ano assistiu-se a uma subida gradual dos preços em boa medida resultante do efeito de base associado às medidas excecionais de apoio às famílias implementadas pelos municípios nos primeiros meses de pandemia, nas quais se destacaram as reduções temporárias dos preços dos serviços de água, esgotos e saneamento. Na segunda metade do ano, verificou-se uma aceleração devido sobretudo aos aumentos dos preços da eletricidade e do gás”, lê-se no boletim publicado esta esta quarta-feira, dia 12 de janeiro de 2022.

Passando a pente fino esta classe de despesas com a casa salta à vista que quase todos os indicadores registaram aumentos. As rendas a pagar por inquilinos aumentaram 1,8% entre 2021 e o ano anterior. E a manutenção e reparação das casas está mais cara em 2,4%, devido sobretudo ao aumento das despesas com mão de obra em 3,5% e dos preços dos materiais em 1,5%. Este salto nos preços das obras em casa acontece num ano marcado pelo aumento dos preços dos materiais de construção e também pela falta de mão de obra especializada no setor. Se compararmos com os dados de 2019 a diferença ainda é maior: os serviços de reparação de habitações está 10,2% mais caro, refere o Dinheiro Vivo.

O aumento dos preços da luz e dos combustíveis foi outro tema que esteve na agenda em 2021. E refletiu-se nas contas finais e nos bolsos dos portugueses: as despesas com eletricidade, gás e outros combustíveis subiram 1,4% durante a pandemia. Enquanto os combustíveis líquidos deram o salto de 16,6%, o gás subiu 1,5% e a eletricidade aumentou 0,7%. A recolha do lixo doméstico foi o único indicador relacionado com a casa que desceu entre estes dois momentos – nomeadamente -1,1%.

Reparações em casa
Foto de Ksenia Chernaya en Pexels

Despesas com a casa entre as maiores subidas

Olhando para todas as classes de consumo analisadas pelo INE, salta à vista que as despesas subiram mais no segmento dos transportes (+4,4% entre 2021 e 2020), um aumento impulsionado pelos preços dos combustíveis e lubrificantes para equipamento de transporte pessoal (+14,5%), pela aquisição de veículos automóveis (+2,6%).

Em segundo estão as despesas com a saúde (+2,1%) e em terceiro os custos com a habitação (+1,6%). De destacar que das 12 classes de consumo reunidas pelo INE, só quatro apresentaram uma descida nos preços entre estes dois momentos: a classe acessórios, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação; vestuário e calçado; educação; e restaurantes e hotéis.

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