
“Mesmo em tempos de incerteza económica, há sempre espaço para projetos que oferecem qualidade superior, design inovador e um compromisso com a sustentabilidade”. A garantia é dada por João Ribeiro, fundador e CEO da Rivage Properties, promotora imobiliária que nasceu em 2023 num contexto marcado por inflação alta e taxas de juro elevadas – a par de conflitos/guerras na Europa – e que tem quatro projetos em desenvolvimento no Grande Porto. Todos direcionados para o segmento de luxo. “Decidimos seguir em frente para responder à crescente procura por habitações diferenciadas e de luxo na região”, conta em entrevista ao idealista/news.
Além do The View II, um empreendimento com 29 apartamentos de luxo integrados na paisagem do Rio Douro que foi lançado recentemente e deverá estar concluído no final de 2026, a Rivage Properties tem mais três projetos em carteira na região do Grande Porto. “Um na marginal do rio Douro, perto de onde nascerá o The View II, um na Foz do Douro e outro nas Antas”, revela João Ribeiro.
“Os quatro representam um investimento total de 45 milhões de euros, sendo o maior o The View II, com 20 milhões de euros de investimento. Os restantes estão ainda em fase de desenvolvimento dos projetos, nomeadamente, na parte da arquitetura e a sua construção deverá ser iniciada em 2025”, acrescenta.
E será que a Rivage Properties equaciona apostar também no segmento da classe média, com casas a preços acessíveis, de forma a tentar dar resposta à crise na habitação na qual se encontra Portugal? “Quisemos apostar no mercado de luxo por sabermos que existe muita procura por este tipo de habitação na região Norte. (…) Existem clientes muito interessados em habitação diferenciada”, responde João Ribeiro, não descartando, no entanto, “a possibilidade de explorar outros segmentos no futuro”.
Estes são alguns dos temas abordados na entrevista concedida por João Ribeiro ao idealista/news, que podes ler em baixo. João Ribeiro é um dos três fundadores da Rivage Properties, juntamente com Jorge Duarte e Fernando Santos: são todos engenheiros civis.

A Rivage Properties nasceu em 2023 no Porto. Que balanço de atividade é possível fazer?
A Rivage Properties teve um ano de estruturação, aquisição de projetos e preparação para o arranque dos seus empreendimentos iniciais. Durante este período, consolidamos o lançamento do prestigiado projeto The View II, na margem do Rio Douro, que já tinha captado a atenção do mercado, com cerca de 50% das unidades do Edifício B vendidas antes do lançamento oficial. Além do The View II, foi-nos possível iniciar o desenvolvimento de mais 3 projetos, também no Grande Porto.
A abordagem centrada na qualidade, inovação e sustentabilidade, aliada a parcerias estratégicas, tem-nos permitido estabelecer uma base sólida para o futuro, com quatro investimentos em andamento na região e planos para continuar a expandir o nosso portfólio com projetos exclusivos e de alto padrão.
A Rivage Properties surgiu num período económico conturbado, marcado por uma alta taxa inflação e por taxas de juro elevadas, por exemplo. Foi uma decisão ponderada?
Foi sem dúvida um período difícil no setor imobiliário, mas, felizmente, não afetou a nossa decisão de avançar com o projeto. A criação da Rivage Properties foi uma decisão bastante pensada e ponderada, que exigiu naturalmente muita dedicação e trabalho. Decidimos seguir em frente para responder à crescente procura por habitações diferenciadas e de luxo na região do Grande Porto.
"Decidimos seguir em frente para responder à crescente procura por habitações diferenciadas e de luxo na região do Grande Porto. Acreditamos firmemente que, mesmo em tempos de incerteza económica, há sempre espaço para projetos que oferecem qualidade superior, design inovador e um compromisso com a sustentabilidade"
Acreditamos firmemente que, mesmo em tempos de incerteza económica, há sempre espaço para projetos que oferecem qualidade superior, design inovador e um compromisso com a sustentabilidade. Além disso, a nossa experiência e parceria estratégica com a AddSolid fortaleceram a nossa confiança. Esta abordagem permite-nos não só mitigar riscos, mas também aproveitar as oportunidades que surgem num mercado desafiador, garantindo que podemos proporcionar aos clientes um investimento seguro e valioso.

A Rivage Properties tem quatro projetos lançados/em desenvolvimento. Pode fazer-nos um ponto de situação sobre os mesmos?
Além do The View II, temos mais três projetos em carteira na região do Grande Porto. Um na marginal do rio Douro, perto de onde nascerá o The View II, um na Foz do Douro e outro nas Antas. Os quatro representam um investimento total de 45 milhões de euros, sendo o maior o The View II, com 20 milhões de euros de investimento, e que deverá ter a sua construção iniciada dentro de pouco tempo. Os restantes estão ainda em fase de desenvolvimento dos projetos, nomeadamente, na parte da arquitetura e a sua construção deverá ser iniciada durante o ano que vem, em 2025.
São apenas projetos localizados no Grande Porto. Porquê? Está previsto investir em projetos noutras localizações?
É muito importante oferecer aos clientes um equilíbrio entre a acessibilidade e serenidade, pelo que primamos por localizações que privilegiam tanto o conforto dos arredores da cidade como a proximidade aos grandes centros urbanos. Tendo em conta que temos um parceiro, AddSolid, que já trabalha o mercado imobiliário de Lisboa e que dois dos três sócios são naturais da cidade do Porto, a Rivage terá sempre maior foco no Grande Porto, mas o principal objetivo é encontrar locais que permitam um desenvolvimento de projetos atrativos e diferenciados, que estejam ligados a uma qualidade de vida elevada e, por isso, não excluímos investimentos noutras localizações.
São empreendimentos residenciais mais direcionados para o mercado de luxo. Porquê esta aposta? Não equacionam apostar no segmento da classe média, tendo em conta a crise na habitação que se vive no país?
Quisemos apostar no mercado de luxo por sabermos que existe muita procura por este tipo de habitação na região Norte. Ao olhar para o mercado imobiliário e para as suas necessidades, confirmámos que existem clientes muito interessados em habitação diferenciada. Por essa razão, decidimos apostar neste segmento e pretendemos continuar a investir nele. A nossa estratégia é criar projetos exclusivos e de alta qualidade, algo que consideramos ser a nossa principal competência e diferencial no mercado.
"Quisemos apostar no mercado de luxo por sabermos que existe muita procura por este tipo de habitação na região Norte. (...) No futuro, não descartamos a possibilidade de explorar outros segmentos, mas, por enquanto, continuaremos a concentrar esforços na criação de empreendimentos residenciais de luxo que atendem a uma procura específica e crescente na região"
Quanto ao segmento de classe média, reconhecemos a importância e a necessidade de mais habitações acessíveis, especialmente considerando a crise na habitação que o país enfrenta. No entanto, neste momento, a nossa expertise e estrutura estão mais alinhadas com o desenvolvimento de projetos de luxo. Focar-nos neste nicho permite-nos garantir a qualidade e o compromisso que prometemos aos clientes. No futuro, não descartamos a possibilidade de explorar outros segmentos, mas, por enquanto, continuaremos a concentrar esforços na criação de empreendimentos residenciais de luxo que atendem a uma procura específica e crescente na região.
Uma coisa podemos garantir, independentemente do segmento ser alto ou médio, os projetos em que queremos apostar serão sempre diferenciadores.

Há nestes quatro projetos muitos compradores/investidores portugueses? Qual é a proporção comparativamente com os estrangeiros?
Sem dúvida. Com a comercialização do edifício B do The View II percebemos que temos captado a atenção de muitos clientes nacionais, o que é um facto muito interessante, uma vez que comprova o interesse dos portugueses na habitação de luxo. Ainda assim, também sabemos que os clientes estrangeiros são uma realidade cada vez mais presente no mercado imobiliário, representando neste momento cerca de 1/3 dos clientes.
No The View II os apartamentos custam, no mínimo, 755.000 euros. Quanto custam, em média, as casas nos outros três projetos que a RP tem em desenvolvimento?
O The View II é o único projeto da Rivage Properties que já iniciou a fase de comercialização. Os outros três projetos estão ainda em fase de desenvolvimento e, portanto, não podemos fornecer dados concretos sobre os preços médios das habitações nesses empreendimentos. Vale notar que dois destes projetos são unifamiliares, o que poderá influenciar a estrutura de preços e a abordagem ao mercado.
A comercialização do The View II tem decorrido de forma muito positiva, com cerca de 50% das unidades do Edifício B já vendidas, o que reforça a confiança no nosso modelo de negócios e na procura por habitações de luxo na região.
Em termos de investimento global são, até à data, 45 milhões de euros em quatro projetos. Quanto prevê investir a empresa nos próximos anos?
A Rivage Properties mantém um compromisso firme com o desenvolvimento de projetos imobiliários de alta qualidade e pretende continuar a investir significativamente nos próximos anos. Embora ainda estejamos a definir os detalhes dos futuros investimentos, o objetivo é expandir e diversificar o portfólio. O montante de investimento nos próximos anos está assim dependente dos projetos que consigamos desenvolver, mantendo sempre os nossos ideais.

Aposta nas cooperativas de habitação e nas parcerias entre o setor privado e público, tendo em vista o aumento da oferta de casas no mercado, são medidas que o Governo tem em vista, bem como a diminuição do IVA na construção. Que opinião tem sobre estas medidas?
As medidas que o Governo procura implementar são importantes tanto para o cliente final, como para o mercado imobiliário no geral. Acreditamos que podem incentivar o investimento e dinamizar o mercado de forma a aumentar a oferta de habitação. Sabemos que comprar e arrendar casa tem sido um desafio para os portugueses e os benefícios provenientes destas medidas são, sem dúvida, um apoio fundamental. Ao serem implementadas de forma eficaz vão contribuir para a estabilidade e crescimento sustentável do setor.
O que considera urgente fazer em Portugal para que se possa, como referido, dar resposta à crise na habitação?
Portugal atravessa uma crise habitacional preocupante que requer atenção e uma resolução que contemple diferentes frentes. Uma das soluções será o aumento da oferta habitacional, através de incentivos à construção de mais imóveis que gerem mais habitação. Outro passo importante é a redução do IVA de 23% para 6% na construção e reabilitação, que terá um impacto significativo no preço final para o cliente e acabará por facilitar o processo de compra.
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