“Portugal continua no radar [dos investidores estrangeiros]”. A garantia é dada por Luís Rocha Antunes, diretor da área de investimento da consultora imobiliária Cushman & Wakefield (C&W). O responsável alerta, no entanto, para a dificuldade cada vez maior de “encontrar produto para investimento”. Já Eric Van Leuven, diretor geral da empresa, apela ao Governo para “não matar a galinha dos ovos de ouro”, numa alusão à criação do eventual novo imposto sobre o património.
O investimento estrangeiro continua a contribuir bastante para a tão falada retoma dos setores da construção e imobiliário. No primeiro semestre do ano, por exemplo, o volume de negócios atingiu os 872 milhões de euros, menos 19% que no período homólogo, mas o triplo do verificado na média da última década. E mais: 93% deste montante é proveniente de investimento estrangeiro, segundo dados que constam no estudo semestral Marketbeat Portugal, da C&W.
Portugal precisa de mais oferta
Sobre este tema, e em jeito de critica à possibilidade de ser criado um novo imposto sobre o património imobiliário – os moldes do mesmo permanecem por definir e serão ainda discutidos –, Eric van Leuven é perentório. O responsável considera que Portugal continua a precisar de capital e que este vem do estrangeiro. “[Os investidores estrangeiros] não gostam que se ande a brincar à fiscalidade”, referiu durante a apresentação do estudo.
Ainda assim, e comentando o atual panorama do mercado imobiliário nacional, Luís Rocha Antunes considera que Portugal continua a estar na mira dos investidores. “A Europa é encarada como zona de refúgio, de segurança. E nós temos um Governo estável, somos considerados um destino elegível”, afirmou, salientando que continua a haver muita procura e que o problema é a escassez de (boa) oferta na zonas premium, como por exemplo no caso dos escritórios em algumas zonas de Lisboa.
Já Marta Esteves Costa, diretora ibérica de Research & Consultoria, que conduziu a apresentação do estudo da C&W, deixou um aviso: “Era importante haver mais promoção de escritórios [em Lisboa] para não sermos só uma cidade de edifícios de luxo”. O problema, garantem os responsáveis da consultora, é que a rentabilidade dos investidores é muito maior se a aposta for a reabilitação de edifícios com fins residenciais e não comerciais.
Apresentamos em baixo um conjunto de gráficos/imagens que constam no relatório da C&W e que ajudam a perceber como se encontra o setor imobiliário nacional (no primeiro semestre do ano), nos seus vários segmentos.
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