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“como está a ser o nosso dia? olhe está a ser a pé! hoje tem de ser assim…”, dizem dois jovens estudantes que caminham, de forma acelerada, rumo ao campo grande. de facto, lisboa acordou diferente, devido à greve geral convocada pela cgtp e pela ugt, em protesto contra as medidas de austeridade anunciadas pelo governo. o idealista news saiu à rua entre as oito e as nove da manhã para perceber como é que hoje os lisboetas vão chegar aos respectivos trabalhos. sem metro, que está totalmente paralisado, a solução é esperar um pouco mais pelos autocarros, apanhar um táxi ou… ir a pé

são oito da manhã e a greve  já se faz notar: está tudo vazio. “os autocarros estão a funcionar. penso que a adesão à greve deve ser na ordem dos 80%, é como se fosse horário de verão”, adianta um dos funcionários do posto de venda de bilhetes. o problema, diz, é o trânsito: “vim de carro para a cidade e hoje há mais movimento”

sem metro, que está completamente fechado, as pessoas que  normalmente usam os transportes públicos para chegar ao trabalho só o podem fazer de autocarro ou de táxi. com os autocarros a funcionar de forma condicionada, muitos optam por apanhar o táxi, para evitar atrasos. “o facto de o metro estar parado mexe muito com o nosso dia, por isso parece-me que está a ser um dia mais movimentado que os outros”, diz o taxista luís pires que reconhece que há “mais trânsito” na capital

rita borrego, que se dirige apressada para uma praça de táxis, diz-nos, em passo de corrida, que hoje tem de apanhar este meio de transporte para o trabalho. “a greve está a mudar o meu dia, sem dúvida. o meu carro está na oficina e para não me atrasar tenho de ir de táxi”, lamenta

ainda assim, muitas pessoas arriscam e esperam pelo autocarro. em algumas paragens o cenário é deserto, e noutras as filas não aparentam ser muito maiores quando comparadas com um “dia normal”. bárbara neves trabalha na câmara de lisboa e, enquanto nos fala sobre o seu dia, suspira de alívio, visto que o autocarro rumo ao cais do sodré acaba de chegar: “tive de vir de carro e deixá-lo num lugar onde não se paga parquímetro [perto do lumiar], para agora poder apanhar o autocarro. no placar dizia, há pouco, que faltavam quatro minutos para chegar, mas depois passou para 18… já chegou (risos)”

mais difícil é a situação de carla silva, que vive na zona de torres vedras, a cerca de 70 km de lisboa. “cheguei agora ao campo grande, vim de autocarro. mas decidi que vou a pé até ao marquês de pombal, onde trabalho. não há metro! assim evito o trânsito, que deve estar caótico”, explica

já josé antónio ferreira, um dos proprietários de um café no espaço comercial da estação de metro do campo grande, mostra-se desolado com a greve, embora reconheça que o dia “não está a correr tão mal” como estava à espera. “está a ser um dia mais fraco, é verdade, mas pensei que fosse pior”, conta, frisando que não concorda com as greves: “tive de ir buscar o meu pessoal de carro para poderem vir trabalhar, e também tenho as minhas despesas… compreendo que se tenha de fazer alguma coisa e concordo com isso, mas não assim, com estas greves”

os números da greve

os números oficiais da greve só deverão ser conhecidos ao final do dia, mas já foram revelados alguns dados. a tap, por exemplo, cancelou 121 dos 140 voos programados, sendo que 17 voos foram reprogramados e dois foram definidos como serviços mínimos. “devido à greve geral e tendo em conta que o controlo de tráfego aéreo apenas assegura a realização dos voos definidos nos serviços mínimos, a tap vai, nesse âmbito, operar dois voos (lisboa-funchal-lisboa e lisboa-terceira-lisboa)”, disse fonte da tap, citada pelo jornal expresso

no que diz respeito à cp, a adesão à greve é “muito elevada”. a garantia foi dada pelo coordenador da federação dos sindicatos dos transportes e comunicações (fectrans), amável alves, em declarações à tsf. o responsável revelou que, durante a madrugada, a paralisação foi “quase total” e que “os primeiros comboios da manhã” não foram feitos, mesmo os que “estavam designados para serviços mínimos”. uma ideia, de resto, partilhada ana portela, porta-voz da cp, que revelou que até às seis da manha cinco dos 19 comboios de serviços mínimos previstos “não foram efectuados”, quatro dos quais por “intervenção do piquete de greve”

sublinhe-se ainda a existência de alguns incidentes no cais do sodré. segundo o diário de notícias, a polícia foi obrigada a intervir  no local  na saída de autocarros da vimeca, quando o piquete de greve tentava impedir a saída de viaturas

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25 Novembro 2011, 11:03

eu acho q assim se deve fazer, mostrar indignacao, para q os governantes facam melhor e mais rapido mas sem a violencia dos gregos

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