Depósitos a prazo têm subido nos últimos dois meses, diz BdP. Taxas de juro continuam baixas, apesar do BCE ter subido juros.
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Poupanças nos depósitos a prazo
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A gestão dos orçamentos familiares está a tornar-se cada vez mais desafiante dada a subida generalizada dos preços em Portugal. Com o poder de compra pressionado por uma inflação que chegou aos 9,3% em setembro, os portugueses têm optado cada vez mais por proteger as poupanças nos depósitos a prazo, ainda que rendam pouco (0,07%). Os dados do Banco de Portugal (BdP) mostram que o montante de novos depósitos a prazo subiu 7% em agosto face ao mês anterior, atingindo os 4.124 milhões de euros.

Num cenário marcado pela alta inflação, as famílias tendem a procurar produtos de investimento para proteger as poupanças, como é o caso do Plano de Poupança Reforma (PRR), depósitos a prazo e fundos de investimento, por exemplo. Claro que para todos os produtos financeiros têm os seus riscos, sendo os mais arriscados são os que podem gerar maiores rendimentos.

Os dados mais recentes do regulador português indicam que os depósitos a prazo têm sido a escolha de muitas famílias para proteger as poupanças. “Em agosto, o montante de novos depósitos de particulares foi de 4124 milhões de euros, mais 270 milhões do que em julho”, lê-se na nota do BdP publicada esta terça-feira, dia 4 de outubro. Esta foi a segunda subida consecutiva desde montante.

Isto quer dizer que houve um aumento de 7% no montante dos novos depósitos a prazo em apenas um mês (+10% face a agosto de 2021). E o montante somado em agosto de novos depósitos a prazo foi o maior valor registado desde janeiro de 2020, quando atingiu os 4.195 milhões de euros.

Poupanças nos depósitos a prazo: quanto rende?

Mas será que aplicar as poupanças no depósito a prazo compensa? Por enquanto não. Agora, a generalidade destes depósitos a prazo apresenta remunerações reduzidas, já que a inflação continua superior às taxas de juro. Neste conjunto de novos depósitos a prazo, a taxa de juro média baixou de 0,09% em julho para 0,07% em agosto. “Do montante de novos depósitos constituídos em agosto, 87% foi aplicado em depósitos a prazo até 1 ano, cuja taxa de juro média foi igualmente de 0,07%”, revela o regulador liderado por Mário Centeno.

Ou seja, a taxa de juro para os depósitos a prazo continua baixa, sobretudo, comparando com os valores superiores a 4% registados durante 2008 e nos meses de setembro e outubro de 2011, quando Portugal estava a passar pela crise financeira.

Mas esta situação poderá mudar em breve. O Banco Central Europeu já subiu as taxas de juro diretoras em 125 pontos base e a prometeu voltar a subir os juros nas próximas reuniões. Esta medida tem duplo efeito: no lado negativo, sobe as taxas Euribor e encarece as prestações da casa e, no lado positivo, impulsiona a subida das taxas de juro dos depósitos a prazo.

É com esta perspetiva em mente que as famílias têm aplicado as suas poupanças em depósitos a prazo. Além disso é um instrumento financeiro que permite proteger o dinheiro da inflação de forma fácil e segura, um capital que poderá ser importante para dar resposta a situações inesperadas ou até para dar entrada de uma casa.

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