Empréstimo para a casa

Nos primeiros dez meses de 2015, os bancos concederam 3.131 milhões de euros em crédito à habitação, mais 70% que os 1.835 milhões emprestados no mesmo período de 2014. E mais: de janeiro a outubro do ano passado os bancos concederam mais 35% de financiamento para a compra de casa que em todo o ano de 2014.

As famílias e as empresas parecem estar a conseguir mais as suas obrigações junto à banca. Em termos globais, a percentagem dos empréstimos vencidos diminuiu em novembro face ao mês anterior, ainda que de forma ligeira. No crédito à habitação, o malparado continua nos 3%, o mesmo valor de outubro.

Os bancos já estavam a suportar parte dos juros nos contratos de crédito à habitação associados à taxa Euribor a três meses, que estão em terreno negativo desde abril, mas a partir deste mês também vão começar a assumir esse encargo nos empréstimos com a indexante a seis meses, a mais usada para efeitos de empréstimos para a compra de casa.

O valor da prestação da casa caiu cerca de 20% nos últimos quatro anos. Neste período, os valores médios mensais das taxas Euribor a três e seis meses caíram de 1,485% e 1,706% para -0,086% e -0,014%, respetivamente. A diminuição reflete as medidas de política monetária tomadas por Mario Draghi desde que assumiu a liderança do Banco Central Europeu (BCE), em novembro de 2011.

A tendência dos bancos voltarem a abrir a torneira do crédito à habitação parece ter vindo para ficar. E as famílias estão a voltar a pedir mais empréstimos para comprar casa, algo que não acontecia desde 2011, ano em que a Troika chegou a Portugal.

Os bancos voltaram a estar mais disponíveis para emprestar dinheiro para a compra de casa. O contexto económico é favorável e a confiança dos consumidores também está a aumentar, conclui o BdP, no Inquérito aos Bancos Sobre o Mercado de Crédito, conhecido dia 20.

A taxa de juro média dos novos empréstimos para compra de casa caiu para 2,25% em julho, menos 0,75% que no final do ano passado (3%). É a maior descida da Zona Euro em 2015 em termos proporcionais (25%) e ajuda a explicar a corrida ao crédito à habitação nos últimos meses.

Pediste dinheiro emprestado ao banco para comprar casa e o teu crédito à habitação é revisto em julho? Então vais ver que a mensalidade que pagas vai baixar. A quebra no valor da prestação oscilará entre um mínimo de 0,6% e um máximo de 4,8%.

O presidente da APEMIP considera que os spreads no crédito à habitação estão já em níveis "perfeitamente aceitáveis", para alguns clientes. Mas Luís Lima está convencido de que, ainda assim, os bancos terão de continuar com a estratégia de redução das margens cobradas nos novos empréstimos para não perderem clientes.

O projeto de lei que regula o acesso e o exercício da atividade dos peritos avaliadores de imóveis que prestem serviços aos bancos chegou ao Parlamento. Os peritos vão ter regras mais exigentes e as suas remunerações não podem depender do valor da avaliação dos imóveis.

O regime de crédito à habitação para pessoas com deficiência entrou em vigor a 1 de janeiro de 2015, tendo gerado grande polémica. A lei trouxe juros mais altos para as pessoas com deficiência, uma situação que o Executivo decidiu agora corrigir.

Os portugueses são por natureza proprietários, e o facto de os bancos estarem mais disponíveis para financiar a compra da casa está a fazer com que muitas pessoas optem por ter habitação própria. Entre janeiro e abril, o montante emprestado pelos bancos superou em quase 50% o concedido no período homólogo.

Os portugueses que pediram crédito à habitação em abril beneficiaram das melhores condições de financiamento dos últimos cinco anos. Segundo dados do BCE, a taxa de juro média dos novos empréstimos para a compra de casa fixou-se, em média, nos 2,41%.

Os bancos parecem estar cada vez mais a abrir a torneira do crédito à habitação, apostando forte também na diminuição dos spreads. Já há seis entidades a oferecer taxas abaixo de 2%. Entre elas está o Novo Banco, que cortou o spread pela segunda vez em menos de dois meses, para os 1,95%.

Em junho, as taxas Euribor negativas vão refletir-se pela primeira vez na prestação da casa. Quem faz a revisão do crédito à habitação no próximo mês e tem como indexante a Euribor a três meses, a taxa de juro anual passará a ser inferior ao valor do spread, ou seja, terá de subtrair o indexante ao spread.

O preço médio a que os bancos avaliam as casas aquando da concessão de crédito à habitação voltou a subir em abril, mês em que se verificou a maior subida dos últimos anos. O metro quadrado (m2) foi avaliado em 1.016 euros, superior em 2,6% face ao período homólogo.

Nos últimos tempos os bancos começaram a aderir “à moda” de baixar os spreads no crédito à habitação, o que pode significar uma diminuição na prestação da casa. No caso do Santander Totta, os clientes Mid e Mass Market têm agora acesso a spreads a partir de 1,79%.

Vários bancos a operar em Portugal estão agora a oferecer condições de financiamento mais vantajosas para os imóveis que têm na sua propriedade, herdados de clientes que não cumpriram o pagamento das prestações do crédito à habitação.

Desde o final de 2011, ano marcado pela chegada da troika a Portugal, que não se emprestava tanto dinheiro para a compra de casas no mercado nacional. Nos primeiros três meses do ano, segundo dados do BdP, a banca concedeu cerca de 715 milhões de euros de crédito à habitação.

O valor médio da avaliação bancária das casas para efeitos de crédito à habitação manteve-se, em março, nos 1.011 euros por m2, o mesmo valor que no mês anterior. Face ao período homólogo, a avaliação bancária aumentou 1,8%, quando em fevereiro a subida anual tinha sido de 1%.

A taxa Euribor a três meses caiu esta terça-feira para valores negativos (-0,001%), menos 0,002% que na segunda-feira, o que acontece pela primeira desde que foram criadas estas taxas. Uma situação que pode beneficiar 666 mil famílias.

A escolha da taxa de juro (fixa ou variável) para efeitos de crédito à habitação é o 44º tema da Deco Alerta. Destinada a todos os consumidores em Portugal, esta rubrica semanal é assegurada pela Deco - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor para o idealista/news.

Os bancos continuam a mostrar-se mais disponíveis para emprestar dinheiro para a compra de casa. E uma das formas que encontram para o fazer é baixar os spreads. Isso mesmo voltou a fazer o Santander Totta, que já disponibiliza spreads a partir de 1,5%.

O presidente executivo do grupo Crédito Agrícola (CA), Licínio Pina, admitiu que perante a queda da Euribor para valores negativos existe a possibilidade dos seus clientes de crédito à habitação poderem vir a pagar zero de spread.