"É fundamental que as famílias poupem e invistam criteriosamente"

“É fundamental que as famílias poupem e invistam criteriosamente. Desta forma, garantem que as suas poupanças não desvalorizam por via da inflação”. O conselho é dado por António Henriques, CEO do Bison Bank, banco português especializado em serviços de gestão de património e de banca de investimento. Em entrevista ao idealista/news, o responsável fala sobre a atividade do banco em Portugal, salientando que herdou a “experiência relevante do seu antecessor, o Banif Banco de Investimento (BBI)”, e que se distingue “por fazer a ligação entre o mercado português e outros mercados internacionais, entre os quais o europeu, o americano e o asiático”.

António Henriques revela que o público-alvo do Bison Bank e da Bison Digital Assets – plataforma lançada em 2023 “que pretende ser a ponte perfeita entre o mundo financeiro ‘tradicional’ e o ecossistema dos ativos digitais” – está bem identificado, nomeadamente “clientes institucionais, empresas e particulares de elevado património líquido”. 

Entre os temas abordados na entrevista está também a recente parceria firmada entre o Bison Bank e UCI no segmento do crédito habitação, tanto para habitação própria como para investimento. Trata-se de uma “solução de crédito habitação desenvolvida a pensar nos investidores em imobiliário e pode ser para aquisição de habitação própria permanente, refinanciamento de hipoteca ou investimento em imóveis com outras finalidades”, explica.

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O Bison Bank é detido pela Bison Capital Financial Holdings Limited, constituída em Hong Kong, que por sua vez é detida pela Bison Capital Holding Company Limited. Quais são as principais atividades/negócios do banco em Portugal e que balanço fazem da atividade no mercado nacional?

O Bison Bank é um banco português especializado em serviços de gestão de património e de banca de investimento, com um acionista internacional, como é referido. O Bison Bank herda a experiência relevante do seu antecessor, Banif Banco de Investimento (BBI), e nesse sentido é um banco com mais de 20 anos de experiência e que se distingue por fazer a ligação entre o mercado português e outros mercados internacionais, entre os quais o europeu, o americano e o asiático. É especializado em serviços como gestão de património, prestando igualmente serviços de banco depositário, cobrindo desde os mais simples aos mais complexos fundos de investimento. Sendo um banco atento à inovação, que tem como intuito fornecer sempre um serviço personalizado e adaptado às necessidades financeiras dos clientes, em 2023, o Bison Bank lançou a Bison Digital Assets, uma plataforma que pretende ser a ponte perfeita entre o mundo financeiro “tradicional” e o ecossistema dos ativos digitais. Esta ponte possibilita o depósito, levantamento, compra, venda e custódia de ativos digitais.

O mercado imobiliário chinês e a economia do país vivem momentos delicados. O vosso banco está de alguma forma exposto a estes riscos? 

O Bison Bank não desenvolve atividade creditícia, por opção de gestão, o que limita significativamente a exposição a riscos de crédito, em qualquer setor ou geografia. Na sua atividade de aplicação e gestão da sua carteira, segue uma prudente estratégia de diversificação e de investimentos de baixo risco.

A entrada no mercado português deu-se com a compra, em 2018, do BBI, certo? Fale-nos um pouco sobre essa transação. Houve outras transações/aquisições de relevo desde então? Há mais na calha?

Em 2018 o grupo Bison Capital adquiriu o BBI, ao fim de quase dois anos após a assinatura do acordo de venda. Entretanto, não houve outras transações/aquisições. Não há, também, uma procura ativa de novos investidores para a estrutura de capital do Bison Bank.

"O Bison Bank é um banco especializado em serviços de gestão de património, depositário e custódia e banca de investimento"

O Bison Bank está sediado em Lisboa e, tendo mais de 20 anos de experiência a nível internacional, é um banco europeu com forte ligação à Ásia. Porquê a escolha de Lisboa para iniciar a operação na Europa?

Desde o início que o objetivo é apoiar clientes internacionais, entre os quais asiáticos, interessados em investir e expandir atividade a nível global, bem como investidores internacionais interessados na China. Considerando que, nessa altura, Portugal se posicionava como o segundo país da Europa que recebia maior investimento chinês, quando ponderado pela sua dimensão económico, foi a escolha perfeita.

O que distingue o Bison Bank dos restantes bancos concorrentes que operam em Portugal, nomeadamente os especializados na gestão de património?

O Bison Bank é um banco especializado em serviços de gestão de património, depositário e custódia e banca de investimento. A forte presença nos mercados europeu e asiático distingue-o. Assim como o distinguem as soluções inovadoras (serviços e produtos) e únicas no mercado. É disso exemplo novas formas de investimento e de ativos digitais. Tanto o Bison Bank como a Bison Digital Assets têm os melhores e mais experientes analistas e consultores, com o conhecimento necessário para aconselhar da melhor forma os seus clientes. 

O Bison Bank “presta serviços de wealth management, banco depositário e de custódia e serviços bancários de investimento a indivíduos de elevado património e clientes institucionais”, lê-se no seu site. Que “indivíduos” e “clientes” são estes? Pode dar-nos alguns exemplos?

O público-alvo do Bison Bank e da Bison Digital Assets está bastante alinhado: institucionais, empresas e particulares de elevado património líquido. O objetivo do banco é ligar o mercado europeu a outros mercados globais, aproveitando uma rede de mais de 100 parceiros de orientação internacional para promover o seu alcance global, servindo atualmente clientes de mais de 109 países, entre eles Portugal, EUA e China.

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O Bison Bank tem “ligações” a clientes do setor imobiliário e da construção? Pode dar-nos alguns exemplos?

O banco não tem relações especiais com clientes do setor imobiliário e da construção, nem estes assumem relevância particular no desenvolvimento da sua atividade.

O Bison Bank está ativo também no negócio/mercado do crédito habitação em Portugal? Creio que tem uma parceria com a UCI, certo? Em que consiste a mesma?

É verdade. O Bison Bank lançou pela primeira vez uma solução de crédito habitação, em parceria com a UCI (Unión de Créditos Inmobiliários S.A.), tanto para habitação própria como para investimento. Esta solução de crédito habitação foi desenvolvida a pensar nos investidores em imobiliário e pode ser para aquisição de habitação própria permanente, refinanciamento de hipoteca ou investimento em imóveis com outras finalidades. É mais um passo que vai exatamente ao encontro da estratégia do Bison Bank: fornecer serviços adaptados quer ao mercado nacional quer internacional. Trata-se de uma solução de crédito simples e acessível a todos os clientes do Bison Bank, estejam eles onde estiverem. 

Vivem-se tempos de incerteza em Portugal (e no mundo), devido à alta inflação, que agora parece estar a descer, às elevadas taxas de juro e às guerras na Europa. Que papel têm os bancos, em particular o Bison Bank, neste contexto, de dar resposta às necessidades dos portugueses?

É fundamental que as famílias poupem e invistam criteriosamente. Desta forma, garantem que as suas poupanças não desvalorizam por via da inflação.

"É fundamental que as famílias poupem e invistam criteriosamente. Desta forma, garantem que as suas poupanças não desvalorizam por via da inflação"

Nos últimos meses, vários bancos, entre eles o Bison Bank, renovaram a oferta de depósitos a prazo, aumentando de forma relevante a remuneração oferecida neste tipo de produtos. São produtos simples, fáceis de subscrever, com prazos distintos consoante as preferências de cada cliente, que em muitos casos podem ser resgatados em caso de necessidade deste, que oferecem um juro apelativo com um risco reduzido. Os depósitos estão inclusivamente protegidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos até ao valor de 100.000 euros por titular de conta.

No caso concreto do crédito habitação, estando as famílias a perder poder de compra, também devido ao aumento da prestação da casa, e a usar cada vez mais as poupanças, que vão “desaparecendo”, como devem proceder os bancos? O que está a fazer em concreto o Bison Bank?

Os bancos têm vindo a apoiar as famílias, neste contexto desafiador de pressão sobre o rendimento disponível das famílias. Têm-no feito através de um conjunto de medidas, entre as quais, a faculdade de passar os empréstimos de taxa variável para taxa fixa e com prazos mais longos. O Bison Bank não tem no seu balanço crédito habitação, mas, como já referido, está a lançar uma parceria que permitirá disponibilizar aos clientes uma solução muito inovadora.

O que esperar do ano de 2024 quer para a atividade do banco quer em termos macro para a economia e, em concreto, para o setor do imobiliário e da construção?

O ano de 2024 será muito desafiante, prosseguindo conflitos militares na Europa, no Médio Oriente e noutras partes do globo. Os resultados das eleições presidenciais norte-americanas e das próximas eleições europeias podem igualmente introduzir alguns elementos de perturbação.

O novo quadro parlamentar em Portugal, mais fragmentado, poderá originar alguma instabilidade. No entanto, creio que temos condições para um moderado optimismo no decurso de 2024.

De forma geral, as cadeias de produção e distribuição têm vindo a conseguir ajustar-se finalmente aos elevados níveis de procura e, por essa via, após a subida das taxas de juro por parte dos bancos centrais, a inflação dá claros sinais de abrandamento. As taxas de juro deverão iniciar muito em breve um processo de descida, com impacto positivo nas famílias e nas empresas.

"O ano de 2024 será muito desafiante, prosseguindo conflitos militares na Europa, no Médio Oriente e noutras partes do globo. Os resultados das eleições presidenciais norte-americanas e das próximas eleições europeias podem igualmente introduzir alguns elementos de perturbação. (...) Apesar de vivermos momentos de elevada incerteza, é nossa convicção que poderemos olhar para 2024 com moderado optimismo"

Os indicadores económicos nos EUA e noutras geografias, após alguma turbulência, dão sinais positivos, sendo um relevante contributo para o crescimento mundial.

A evolução favorável da dívida pública portuguesa e a consequente melhoria do rating da república, bem como de diversas empresas portuguesas, é igualmente um aspeto positivo muito importante.

Nesse sentido, e apesar de vivermos momentos de elevada incerteza, é nossa convicção que poderemos olhar para 2024 com moderado optimismo.