
Depois de mais de um ano marcado pela pandemia da Covid-19 - que veio condicionar os negócios no mercado imobiliário a nível global - há boas perspetivas para 2022. O próximo ano deverá ser marcado pelo regresso dos mercados imobiliários aos níveis registados antes da pandemia, quer em termos de arrendamento, quer de investimento. Esta é uma previsão que se estende a todos os mercados do mundo.
Esta é a previsão da consultora Savills, que no seu mais recente estudo 'Impacts 2021' revela ainda que será o segmento de escritórios o que irá atrair o maior volume de investimento durante o próximo ano. Em Lisboa, estima-se que esse segmento seja capaz de captar 35% do total de investimentos no mercado imobiliário português, colocando a capital do país ao nível de cidades como Madrid e Milão. “A nível mundial, a região da Ásia-Pacífico deverá destacar-se, com o segmento de escritórios a dominar mais de 50% do total de investimentos imobiliários”, lê-se em comunicado enviado às redações.
Paulo Silva, Head of Country da Savills Portugal, salienta que este estudo procura "antecipar tendências a partir de uma leitura atenta da realidade, das reações às mudanças que nos são dadas a observar, bem como do diálogo promovido com os principais operadores dos mercados imobiliários”.
Trabalho híbrido – como influenciará os escritórios?
A pandemia acelerou as novas tendências de trabalho remoto o que provocou transformações nos escritórios, que de um momento para o outro ficaram vazios e assim permaneceram durante meses. Mas terão os escritórios os dias contados?
A Savills prevê que o teletrabalho não ditará o fim dos escritórios, mas antes irá “potenciará a emergência de novos modelos de trabalho, em que o escritório tradicional e os chamados ‘home offices’ desempenharão novos papéis num emergente paradigma híbrido”, revela o estudo.
Durante os próximos cinco anos, “será possível observar a multiplicação de modelos de trabalho repartidos entre o escritório e a residência do trabalhador”, diz a consultora. Este fenómeno deverá registar uma “maior aceleração” em cidades como Nova Iorque, Paris, Londres, Berlim e Frankfurt.

Alterações climáticas deixam investidores preocupados
O aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos violentos representa, cada vez mais, uma preocupação para os investidores do mercado imobiliário. “Hoje, muitas cidades globais estão em risco de se tornarem vítimas diretas das alterações climáticas, destacando a especial vulnerabilidade das cidades costeiras”, explica a Savills no estudo.
O risco de seca, de ondas de calor, de cheias e tempestades são alguns dos indicadores que podem ser decisivos para o investimento imobiliário em várias cidades em todo o mundo. E, por isso, as análises de risco climático são já “parte indispensável da ponderação sobre o investimento por parte de muitos investidores”, diz a consultora. Também em linha com estas preocupações, muitos proprietários estão a investir na sustentabilidade dos seus imóveis.

Cidades dos EUA, Inglaterra e Japão as mais resilientes em 2021
A resiliência das cidade face aos impactos da pandemia também é abordada no estudo. Contam-se 500 cidades em todo o mundo analisadas com base em critérios englobados em quatro grandes temas: fundamentais económicos, economia e tecnologia de conhecimento, ESG (Ambiente, Social e Governação) e imobiliário.
No topo do índice figuram Nova Iorque, Los Angeles, Londres, Tóquio e São Francisco como as cinco cidades que demonstraram os níveis mais elevados de resiliência face aos impactos da pandemia. “Estima-se que estes grandes centros urbanos continuarão a transformar-se e a adaptar-se a novos desafios que possam surgir”, explica a consultora.
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