Rede de mediação imobiliária norte-americana Realty One aterrou em Portugal em 2022. E o seu responsável conta tudo em entrevista.
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Nova imobiliária em Portugal
João Oliveira, responsável pela Realty One em Portugal e CEO do Grupo Sucesso Realty ONE Portugal | Vitor Oliveira from Torres Vedras, PORTUGAL, CC BY-SA 2.0

Há uma nova marca de mediação imobiliária a operar em Portugal. Chama-se Realty One, tem origem nos EUA e aterrou no país em 2022 pela mão de João Oliveira, CEO do Grupo Sucesso sediado no Norte do país. Foi nesta rede imobiliária norte-americana que o responsável encontrou a “liberdade” laboral que procurava, bem como uma maior proximidade com as famílias. Até porque “a figura do consultor imobiliário da Realty One tem que ser a de um amigo do seu cliente”, tal como partilha o responsável pela Real One em Portugal em entrevista ao idealista/news.

Foi a “vontade de fazer mais e melhor” que levou João Oliveira a viajar para os EUA – o país de referência do setor imobiliário - e trazer a Realty One para Portugal, uma marca que já está presente em 16 países, como é o caso de Espanha e Itália.

“Com a entrada da Realty One em Portugal aproveitámos para melhorar vários procedimentos internos”, adianta o CEO do Grupo Sucesso, que já trabalhou com outras marcas como a ERA e a Remax. Mas confessa que integrar uma nova marca de mediação imobiliária em Portugal “foi um desafio para público que nos recebeu”. Ainda assim, “sentimos que a marca já começa a ser reconhecida pela comunidade e isso é muito bom sinal”, partilha o responsável.

Hoje em dia, o Grupo Sucesso tem quatro lojas situadas na região Norte de Portugal que já estão a incorporar a nova marca imobiliária ONE:

E no futuro deverão ser mais. A ideia de João Oliveira passa, primeiro, por expandir o negócio no Norte do país, abrindo lojas em cidades como Santo Tirso, Guimarães ou Vila do Conde. E esta estratégia já está mesmo a avançar. Em entrevista, o CEO do grupo Sucesso admite que estão “em fase de negociação para abrir [lojas] em várias cidades”. Mas o objetivo do responsável pela Realty One em Portugal é ainda maior: “Queremos que [a ONE] esteja disponível em praticamente todo o território nacional”.

Em entrevista ao idealista/news, João Oliveira, responsável pela Realty One em Portugal e CEO do Grupo Sucesso, conta como está a decorrer todo o processo de implementação desta marca de mediação imobiliária norte-americana em Portugal.

Imobiliárias em Portugal
Realty ONE Portugal

Há quanto tempo trabalha no ramo imobiliário? Como entrou neste mercado? 

Estou neste ramo há já 22 anos. Entrei para o mercado enquanto consultor e depois fui evoluindo com o passar dos anos.

Quando fundou o Grupo Sucesso na região Norte do país? Esteve associado a alguma mediadora imobiliária? Quantas lojas têm atualmente? E quantas casas já venderam? 

O Grupo Sucesso foi formado em 2002. Iniciámos na ERA e depois passámos para a Remax, antes de assumirmos a marca Realty One Portugal. Atualmente, o grupo é composto por quatro lojas, duas delas no concelho de Vila Nova de Famalicão (no centro da cidade e na vila de Joane), outra na Trofa e mais uma na Póvoa de Varzim. Do nosso histórico fazem parte 18 mil transações imobiliárias.

"Talvez a grande diferença desta marca para todas as outras é a liberdade com que nós podemos trabalhar".

Como teve conhecimento da marca Realty One? O que tem no seu conceito que mais o atraiu? O que é que a distingue das outras mediadoras imobiliárias presentes em Portugal? 

Eu conheci a Realty One numa viagem até aos Estados Unidos, onde conheci alguns dos maiores players do mercado imobiliário.

Contactei com diversas marcas, contudo, a que mais me cativou foi a Realty One até porque me revi na história de vida de um dos seus fundadores, Vinnie Tracey.

Talvez a grande diferença desta marca para todas as outras é a liberdade com que nós podemos trabalhar. Sim, temos regras, no entanto, são todas adaptadas à realidade do mercado onde estamos a operar.

Comprar e vender casa em Portugal
Póvoa de Varzim, onde o Grupo Sucesso já tem loja flickr_commons

O que é que está por detrás da decisão de trazer a marca Realy One para Portugal? Qual é o valor que agrega ao seu negócio? Há diferenças na angariação e divulgação dos imóveis? 

A decisão prendeu-se, acima de tudo, com a vontade de fazer mais e melhor. Tenho como objetivos superar-me todos os dias e este é mais um desafio na minha vida. Como em qualquer estrada haverá obstáculos, altos e baixos, mas com a firme certeza de que juntos conseguiremos enfrentar as adversidades do dia-a-dia.

A decisão de apostar em Portugal surge numa fase atribulada, marcada pela guerra, inflação alta, custos de construção elevados e subida das taxas de juro. É uma decisão arriscada? Já estava pensada há muito tempo? 

Aconteceu tudo muito rápido. Assim que chegámos a acordo com a marca avançámos de imediato para a sua implementação no mercado nacional. Tínhamos a noção que a presente conjuntura não era a mais indicada para a mudança, mas face às vicissitudes tivemos que avançar. Foi uma decisão consciente, ponderada e acima de tudo fundamentada numa visão de futuro.

"Com a entrada da Realty One em Portugal aproveitámos para melhorar vários procedimentos internos".

Quais são as vantagens que vê em integrar o Grupo Sucesso no grupo Realty One? E as desvantagens?  

O Grupo Sucesso é uma referência no mercado imobiliário e os números da Realty One falam por si, portanto, foi uma questão de juntarmos sinergias.

Estamos a falar de um grupo líder que agora se agregou a uma marca que, apesar de estar a dar os primeiros passos no mercado português, já tem uma grande dimensão noutros países.

Com a entrada da Realty One em Portugal aproveitámos para melhorar vários procedimentos internos. E estamos, agora, conscientes de que os nossos profissionais estão munidos de todas as ferramentas para terem sucesso no seu trabalho.

Consultores imobiliários em Portugal
Realty ONE Portugal

Há um trabalho de “rebranding” em curso? Haverá uma nova decoração dos espaços? 

Sim, é um processo gradual, mas que já se encontra numa fase avançada. Todas as nossas lojas já estão decoradas de acordo com as diretrizes da “casa mãe” nos Estados Unidos, fizemos uma grande aposta em marketing digital. Não obstante da proximidade com as comunidades. 

Introduzir um nome de uma nova rede imobiliária em Portugal é um desafio? Em que medida? Como estão as famílias a reagir a esta mudança? 

Foi um desafio para as nossas equipas, mas também o é para o público que nos recebeu. Apesar de tudo, sentimos que a marca já começa a ser reconhecida pela comunidade e isso é muito bom sinal.

Hoje em dia, e fruto da nossa comunicação, é difícil encontrarmos alguém que nas cidades, onde já temos agências abertas, não conheça a ONE.

"A marca [ONE] já começa a ser reconhecida pela comunidade e isso é muito bom sinal"

O arrendamento também entra na equação da Realty One Portugal? Ou o foco está na compra e venda de imóveis? Porquê? 

Porque queremos um negócio que satisfaça as mais diversas necessidades dos clientes, sim, o arrendamento também faz parte dos nossos planos. 

Comprar casa no Norte
ONE tem loja em Vila Nova de Famalicão Câmara Municipal de Famalicão
Os preços das casas em Portugal continuam a subir. Foi assim durante a pandemia e assim parece continuar no atual contexto. Acredita que a tendência vai manter-se? Como é que este cenário, a par das mudanças no crédito habitação (subida de juros e novos prazos consoante a idade), afetam as decisões das famílias? 

O mercado e as famílias irão ter que se adaptar a esta nova fase com alterações de prazos de créditos habitação e taxas. Na minha opinião, é expectável que as famílias optem mais por comprar imóveis de valores inferiores, talvez com menos qualidade de construção, tipologia inferior e mais distantes dos grandes centros.

"A minha missão, em Portugal, é levar a marca a todo o país"

 

 

 

Como é que a Realty One Portugal vai prestar um serviço de mediação imobiliária “mais personalizado” às famílias? Quais os objetivos da recém-nascida Realty One Portugal para o futuro? 

Na minha opinião, a figura do consultor imobiliário da Realty One tem que ser a de um amigo do seu cliente. 

Só assim faz sentido estarmos no mercado, satisfazendo as reais necessidades de quem nos procura, interpretando as especificidades e particularidades de cada cliente. Com isto teremos um serviço diferenciador que, no futuro, queremos que esteja disponível em praticamente todo o território nacional.

A ideia passa por expandir o negócio no Norte do país, em cidades como Santo Tirso, Guimarães e Vila do Conde. Como está o seu desenvolvimento? Haverá novas aberturas para breve? Para quando a expansão do grupo para todo o território nacional?  

Sim, não temos dúvidas que a marca se vai expandir. Estamos em fase de negociação para abrir em várias cidades. Mas, para já, o segredo continua a ser a alma do negócio.

Nova marca de mediação imobiliária
Guimarães, uma cidade onde a ONE planeia expandir-se wikimedia_commons
Além disso, a Realty One também quer expandir-se ainda mais lá fora, em países como França e Alemanha. Em que medida o Grupo Sucesso vai contribuir para esta expansão internacional? Para quando está prevista? E para que cidades? 

A partir do momento que fazemos parte da família Realty One Group começamos, praticamente de imediato, a dar o nosso contributo com o know-how das nossas equipas e das experiências que temos no dia-a-dia do mercado imobiliário nacional. 

Pelo facto de estarmos ligados em rede, com uma marca que está constantemente a abrir novas lojas, podemos potenciar o Grupo Sucesso de várias formas. A primeira poderá ter que ver com a negociação à distância, com portugueses que estejam a viver no estrangeiro e desejem comprar um dos nossos imóveis.

Onde quer estar o grupo Realty One no futuro? Qual é o grande objetivo? 

O objetivo passa por um crescimento constante e sustentado. A minha missão, em Portugal, é levar a marca a todo o país. Tenho a certeza de que os meus colegas responsáveis pela ONE nos outros países tenham o mesmo objetivo.

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1 Comentários:

MARIO FERREIRA
19 Agosto 2022, 17:33

Pois, mas só quando os consultores imobiliários entenderem que os seus clientes, a quem eles se devem, são os VENDEDORES que não os compradores, é que farão um bom trabalho, até lá são, no mínimo, duvidosos.

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