Lisboa e Porto registam subidas moderadas dos preços das casas no ranking da Knight Frank, que engloba as 150 cidades do globo.
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Preço das casas pelo mundo
(E-D) Izmir, Phoenix, Wellington, três cidades onde os preços mais subiram Créditos: BerkeKayalarr, CC BY-SA 4.0 / Simeon W from Wellington, New Zealand, CC BY 2.0 / DPPed, CC BY-SA 3.0

A subida dos preços das casas pelo mundo não tem fim à vista. Os preços médios das habitações nas 150 maiores cidades do globo aumentaram 10,6% no final do terceiro trimestre de 2021 face ao mesmo período do ano passado, aponta a consultora Knight Frank. Mais de 60 cidades mostraram aumentos de dois dígitos, como Wellington (33,5%), Istambul (32,6%) ou Seul (32,3%). Mas também há cidades que apesar de registarem aumentos nos preços das habitações, estes foram bem mais moderados – como é o caso do Porto e Lisboa. Por outro lado, foram assinaladas várias descidas.

Os dados mais recentes publicados pelo Índice Residencial Global da Knight Frank, que analisa 150 grandes cidades do mundo, mostram que os preços das casas no terceiro trimestre de 2021 aumentaram ao ritmo mais rápido dos últimos 17 anos.

Esta análise global à evolução dos preços das casas coloca a cidade turca de Izmir em primeiro lugar no ranking, onde os preços das casas subiram 34,8%. Logo a seguir está a capital da Nova Zelândia, Wellington, que registou um aumento de 33,5%. Em terceiro, está a cidade de Phoenix, nos EUA, com 33,1%. E estas não são as únicas cidades do mundo a registar subidas nos preços das casas iguais ou superiores a 30%. A estas somam-se mais seis: Istambul (32,6%), Seul (32,3%), Halifax (31,7%), Hobart (30,9%), Ancara (30,9%) e Darwin (30,4%).

A verdade é que, segundo esta análise da consultora, 44% das 150 cidades registaram aumentos nos preços das casas de dois dígitos no período em análise. E apenas 11 cidades registaram quedas homólogas, entre as quais Kuala Lumpur, na Malásia, (-5,7%), ou as cidades italianas de Veneza (-5,3%), Génova (-3,9%) e Palermo (-2,3%).

“Apesar do desempenho otimista do índice geral”, uma análise da evolução dos preços das casas face ao trimestre anterior mostra que o crescimento caiu em 51 cidades do mundo. E onde é que foram registadas as maiores quedas face ao segundo trimestre? Em Moscovo (Rússia), Telavive (Israel) e Perth (Austrália), apontam.

Cidades portuguesas registam subidas moderadas nos preços das casas

A representar Portugal neste índice está Lisboa e o Porto, que apresentam evoluções nos preços das casas bem mais moderadas. Isto porque, ambas as cidades registam evoluções de apenas um dígito.

Nesta matéria, o Porto está à frente da capital portuguesa. A cidade nortenha conquistou o 93º lugar no ranking, registando uma evolução dos preços das casas de 6,7% entre o terceiro trimestre de 2021 e o período homólogo.

Lisboa encontra-se entre os países que registaram subidas dos preços da habitação mais baixas no período em análise - é o 10º país que apresentou o menor crescimento. Está na 130º posição, registando uma evolução nos preços de 2,4%. Esta variação está em linha com a apurada pela mesma consultora no Prime Global Cities Index da Knight Frank, publicado em novembro, que dá conta que os preços das casas de luxo na capital subiram, também, 2,4% entre julho e setembro de 2021 face ao mesmo período do ano passado.

Comparando as duas cidades portuguesas, salta à vista que os preços das casas subiram mais 4,3 pontos percentuais no Porto do que em Lisboa no período em análise.

Preço das casas em Lisboa
Lisboa, Portugal Foto de Lisa Fotios en Pexels

Cidades pelo mundo com preços das casas em destaque

Além de Portugal, Espanha também registou subidas moderadas nos preços das casas.  As cidades espanholas encontram-se nas últimas posições do ranking, com Málaga (7,6%) a destacar-se das restantes, com quase mais quatro pontos percentuais do que Sevilha (3,9%) e Valência (3,4%). Já Madrid (2,9%) e Barcelona (1,3%) registaram os menores aumentos de preços no terceiro trimestre do ano.

Na China, o governo tomou medidas para apoiar o imobiliário depois da pressão colocada no mercado pelas principais promotoras imobiliárias do país que estão fortemente envidadas, como é o caso da Evergrande que já entrou, aliás, em incumprimento. Das 15 cidades chinesas analisadas no índice, nove viram os preços das casas cair entre o segundo e terceiro trimestres, com Guangzhou a registar a maior queda de todas nesse período. Já a variação anual dos preços das casas na China registou aumentos moderados em Guangzhou (8,9%), Chongqing (8,2%) e Changsha (6,8%), estando estas três cidades à frente da capital do país, Pequim (4,6%).

Outro caso em destaque é o do Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Isto porque após passar sete anos de preços médios negativos, mudou a tendência no terceiro trimestre de 2021, registando uma subida de 6,1% em setembro. Note-se que a última queda foi assinalada em junho de 2021 na ordem dos -4,4%. “A gestão da pandemia pelos Emirados Árabes Unidos, a oferta de grandes espaços para viver no litoral e as iniciativas de vistos estão a atrair expatriados e a estimular a procura”, afirmam desde a Knight Frank.

Preço das casas em Espanha
Madrid, Espanha Foto de Mati Angulo en Pexels

Como vão evoluir os preços das casas no futuro?

Os preços das casas a nível mundial vão depende do estímulo dos governos, das poupanças geradas durante os períodos de confinamento, da reavaliação do estilo de vida e das baixas taxas de juro, aponta a consultora.

"O que vai acontecer num futuro próximo depende da velocidade com que as taxas de juro vão começar a subir, do impacto da variante Ómicron [na saúde e economia] e da evolução da inflação, que pode reduzir a renda disponível e levar a um sentimento de compra mais fraco", referiu ainda a Knight Frank.

Evolução dos preços das casas em 2022
Foto de Pavel Danilyuk en Pexels
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