Chegam do Brasil a Portugal para recomeçar a vida longe, sobretudo, da insegurança e instabilidade política. São famílias inteiras, reformados e jovens brasileiros, de várias classes sociais e económicas, que se aventuram a fazer as malas e atravessar o oceano Atlântico para procurar maior qualidade de vida, segurança, oportunidades de emprego e melhores condições de saúde e educação no nosso país. Muitas começam por arrendar casa em Portugal até encontrarem a habitação ideal para avançar com a compra, na maior parte dos casos, em Lisboa, Cascais e no Porto, tal como apontam os especialistas contactados pelo idealista/news.
E há também quem resolva investir na compra de uma casa para reabilitar, em busca da tranquilidade do interior do país, e melhores preços. Os dados confirmam que a comunidade brasileira está a crescer a nível nacional e, para já, nem o fim dos vistos gold, nem o fim do regime de Residentes Não Habituais (RNH) têm afastado estas famílias de se mudarem para morar em Portugal.
Segurança: a principal motivação dos brasileiros para emigrarem para Portugal
Não é de ânimo leve que as famílias brasileiras resolvem iniciar uma nova vida em Portugal. “O Brasil é um país com diversos problemas políticos, sociais e económicos e isso gera uma série de inseguranças para os brasileiros”, começa por explicar Guilherme Carnicelli, consultor, empresário e professor especializado em imobiliário no Brasil.
Há, sim, uma série de motivações comuns que levam os imigrantes brasileiros a deixar tudo o que construíram para trás e arriscar num novo recomeço em Portugal, tal como apontaram vários especialistas contactados pelo idealista/news:
- Segurança que Portugal oferece é bem superior à do Brasil (sobretudo, comparando com os seus grandes centros urbanos). Aliás, Portugal foi considerado o 6.º país mais seguro do mundo em 2022 pelo Instituto de Economia e Paz, enquanto o Brasil ficou na 130.ª posição;
- Educação em Portugal traz melhor perspetivas de futuro para famílias com filhos, com destaque para as escolas internacionais;
- Facilidade do idioma;
- Oportunidades de emprego em áreas especializadas (como tecnologia, por exemplo);
- Facilidade de mobilidade para a Europa;
- Melhor qualidade de vida em geral.
Normalmente, tudo começa quando uma família brasileira conhece alguém em Portugal, “que mostra o estilo de vida que o país oferece e, logo, desperta para a possibilidade de mudança, até porque a facilidade do idioma, a comida e a história são fatores que demonstram maiores oportunidades de adaptação”, aponta Guilherme Carnicelli. E, depois, o início do processo de mudança de país começa precisamente com a compra da passagem aérea Brasil - Portugal enquanto turista para “validar esta possibilidade e procurar oportunidades de emprego”, muitas vezes feitas somente por um dos familiares, detalha o especialista imobiliário brasileiro, com conhecimento dos dois mercados.
Foi isso mesmo que aconteceu com Simon Furtado Costa, que emigrou do Brasil para Portugal há mais de dois anos. O jovem brasileiro conta ao idealista/news que decidiu mudar-se sem nunca ter visitado o país, sobretudo, para acompanhar o irmão, que já vivia em Portugal e estava a passar por um grave problema de saúde. Depois, motivou-o a oportunidade de trabalhar na área da tecnologia num novo país e ainda a “segurança e qualidade de vida que Portugal oferece”.
Também Kézia Corrêa conta que nunca tinha visitado Portugal antes de fazer as malas. Mas o seu marido viajou primeiro para conhecer o país e organizar toda a mudança. “Depois de um ano e oito meses com a autorização de residência em mãos, o meu marido fez um reagrupamento familiar e foi ao Brasil buscar-nos, o que deixou tudo mais fácil para mim e para a nossa filha, que tinha 5 anos quando chegou aqui em 2021. Afinal, ele já tinha um emprego e casa arrendada na Amadora, em Lisboa”, partilha.
Já para Simon Furtado Costa, “o processo de obtenção da autorização de residência foi um dos desafios mais complexos”, porque as “regras mudam rapidamente”, aponta o jovem trabalhador, referindo que sem esta documentação viu-se impedido de obter financiamento para um carro ou de considerar comprar casa com crédito habitação.
Comunidade brasileira em Portugal está a crescer
É com vontade de deixar a instabilidade e insegurança para trás e procurar maior qualidade de vida, que há cada vez mais famílias brasileiras a largarem as suas origens para tentar a sorte nosso país, representando mesmo a principal comunidade estrangeira residente em Portugal (30,7% do total). “Na última década, tem-se verificado um crescimento acentuado no que diz respeito à imigração brasileira em Portugal”, reforçam em declarações conjuntas Daniela Rebouta, sales director na Engel & Völkers Lisboa, e Margarita Oltra, regional manager na Engel & Völkers Portugal.
Há 10 anos, a comunidade brasileira em Portugal reunia 92.120 pessoas, sendo já considerada a principal comunidade estrangeira residente. E os dados mais recentes, publicados em outubro de 2023, revelam que este número quadruplicou para 393.000 cidadãos brasileiros a residir em Portugal, número que não abrange as pessoas com dupla nacionalidade, aponta o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) - entidade que foi, entretanto, extinta e em parte substituída pela AIMA.
Mas quem são as famílias brasileiras que escolhem Portugal para viver? A crescente vaga de imigrantes brasileiros em Portugal vem predominantemente das grandes cidades, em família, de várias classes sociais e tem entre 20 e 40 anos, tal como resumiu à Lusa Camila Escudero, coordenadora da plataforma de dados de brasileiros no exterior e professora da Universidade Metodista de São Paulo.
Se no início do fluxo migratório brasileiro, na década 90, a maioria dos brasileiros migrantes era proveniente “das pequenas cidades, do interior”, hoje “verifica-se a saída das grandes cidades, das capitais”, explicou ainda Camila Escudero. É também nessas grandes cidades, como São Paulo, onde se vê “como principal problema a falta de segurança e estabilidade política e financeira”, acrescenta Sandra Canelas, sócia e especialista em imóveis de luxo na Remax Homes & Properties, no Brasil.
Quanto à sua caracterização social e demográfica, verifica-se que o perfil de brasileiros que escolhem trocar o seu país por Portugal é bem diversificado:
- Jovens entre os 20 e 30 anos que estão em início de vida profissional, muitas vezes, com cursos superiores em áreas com “baixa perspetiva de emprego e rendimentos no Brasil”, tal como refere Guilherme Carnicelli. Ou ainda “jovens casais com profissões mais liberais”, acrescenta Francisco Quintela, Managing Partner da Quintela & Penalva | Knight Frank;
- Famílias inteiras, com filhos e cursos superiores na faixa dos 40-45 anos, que procuram melhores condições de educação, residência e segurança;
- Reformados que procuram “isenções fiscais e qualidade de vida”, indica Sandra Canelas.
Também se verifica a chegada a Portugal de nómadas digitais vindos do Brasil, que desde outubro de 2022 têm um novo visto, o que lhes permite trabalhar remotamente a partir do nosso país. Só no primeiro ano, cerca de 2.600 cidadãos obtiveram o visto para nómadas digitais e o Brasil foi a segunda nacionalidade com mais vistos emitidos, só superada pelos EUA, apontam os dados do Ministério dos Negócios Estrangeiros citados pelo Público.
O que se verifica atualmente é que há também um crescimento dos brasileiros com um nível de escolaridade superior e de classe média/alta, em relação às ondas de migração anteriores. É isso mesmo que dizem vários especialistas ao idealista/news. Desde a Engel & Völkers referem são procurados, sobretudo, por “famílias de classe média-alta de 30-50 anos”. E Miguel Lacerda, Lisbon Residential Director da Savills Portugal, revela que “são pessoas que provêm, essencialmente, de uma classe social alta e que se encontram numa faixa etária acima dos 50 anos”.
Em todo o caso, “este fluxo migratório tem vindo a dotar este segmento do mercado imobiliário português de uma grande dinâmica, nomeadamente no que respeita à compra de habitação”, diz ainda Miguel Lacerda.
Que casas procuram os imigrantes brasileiros para viver em Portugal?
Numa fase inicial, “a maioria dos cidadãos brasileiros procura arrendar casa, até para ver se se adaptam à distância dos seus familiares e à mudança cultural”, aponta Sandra Canelas, da Remax Homes & Properties localizada no Brasil. Olhando para as pesquisas de casas realizadas no idealista desde o Brasil no terceiro trimestre de 2023, verifica-se que é precisamente nos municípios de Lisboa, Porto e Braga, onde estas famílias procuram mais casas para arrendar, sobretudo apartamentos.
Foi isso mesmo que fez Simon Furtado Costa: mudou-se para o Porto há mais de dois anos, onde já vivia o irmão numa casa arrendada, mas tem o "sonho" de comprar a sua própria casa. Também Kézia Corrêa conta que, no início morou com a sua família numa casa arrendada na Amadora, em Lisboa, mas depois decidiu comprar casa no interior do país.
Por norma, as famílias brasileiras “optam por arrendar casa até encontrarem a casa ideal para avançar com a compra”, confirmam Daniela Reboutae e Margarita Oltra, da Engel & Völkers Portugal. Mas o que as especialistas notam é que, no final, “os brasileiros procuram, sobretudo, casas para comprar”.
“O produto residencial mais procurado [pelas famílias brasileiras] são casas independentes com três a quatro quartos e com áreas grandes. E procuram tanto casas antigas com características arquitetónicas tradicionais portuguesas, como empreendimentos novos que tenham as comodidades que tinham no Brasil, nomeadamente com segurança, zona de serviço, garagem, entre outras características”, apontam ainda desde a Engel & Völkers Portugal.
Os cidadãos brasileiros procuram casas “de grande qualidade, com excelentes acabamentos, boas áreas, bem localizados", diz Francisco Quintela, Managing Partner da Quintela & Penalva | Knight Frank
Por seu turno, Miguel Lacerda, da Savills Portugal, relata que “a compra de casa é a preferência das pessoas oriundas desta geografia sul-americana e, por norma, escolhem produto ‘high-end’. Preferem adquirir casas novas, mas em prédios reabilitados, que emanam charme, tendo preferência por zonas como a Avenida da Liberdade – a proximidade a espaços de comércio de qualidade é muito valorizada. Cascais é outro destino de eleição, mas, nesse caso, a sua preferência vai para moradias integradas em condomínios fechados”, analisa ainda em declarações ao idealista/news.
As pesquisas de casas realizadas desde o Brasil no verão de 2023 revelam ainda que estas famílias procuram mais casas para comprar precisamente nas zonas de Lisboa, Cascais e no Porto, seguidas de Vila Nova de Gaia e Braga. Os apartamentos geram o maior interesse, sendo que a procura de moradias no lado da compra é mais expressiva do que no arrendamento, mostram os dados do idealista/data. “O eixo Lisboa-Cascais tem estado no centro das preferências, mas estão em franco crescimento regiões do norte do país, como o Porto e o Douro”, refere ainda Francisco Quintela.
Como são os créditos habitação pedidos por famílias vindas do Brasil?
Para comprar casa em Portugal, há também famílias que procuram crédito habitação. De acordo com os dados do mais recente relatório trimestral do idealista/créditohabitação, é notório que o Brasil é o segundo país de onde chegam mais pedidos de financiamento para a aquisição de habitação, representando 15% do total de pedidos vindos do estrangeiro. Em primeiro lugar, está mesmo o Reino Unido com 18% dos pedidos.
As famílias no Brasil que procuram comprar casas no nosso país pelo custo médio de 173.896 euros, pedindo para o efeito um crédito habitação de 131.163 euros, com financiamento de 75%. Possuem uma idade média de 45 anos e rendimentos médios de 4.017 euros, revelam os mesmos dados. Comparando com os outros países estrangeiros de onde chegam pedidos de empréstimo habitação (como Reino Unido, EUA ou Suíça), salta a vista que os cidadãos brasileiros têm os rendimentos mais baixos e que, talvez por isso, procura casas a preços mais acessíveis, conclui-se a partir do estudo.
Acontece que a compra de habitação não está ao alcance de todos os cidadãos brasileiros que chegam a Portugal para mudar de vida. Simon Furtado Costa partilha com o idealista/news que, embora continue a viver numa casa arrendada e possa contar com o “apoio inestimável” do senhorio, está atento ao mercado imobiliário e preocupado com a subida de preços das casas em Portugal. “Realizar o sonho de ter minha própria casa em Portugal é algo com grande significado para mim (…), significa sobre conquistar uma sensação de liberdade para tomar decisões sobre o meu próprio espaço, o que inclui remodelar e personalizar a casa. E ainda proporcionar estabilidade para minha família, especialmente quando tiver filhos”, partilha o informático.
Mas, hoje, o jovem brasileiro depara-se com obstáculos para avançar com a compra da sua primeira habitação em Portugal: “Enfrento o desafio dos preços das casas em Portugal, que frequentemente requerem uma entrada considerável, como 20% ou 10% do valor da propriedade”. E acumular as poupanças é ainda mais difícil quando tem a seu encargo a renda da casa e despesas com alimentação e transporte. “A procura pela minha casa própria envolve um equilíbrio financeiro complexo, mas estou determinado a tornar esse sonho realidade aqui em Portugal”, comenta Simon Furtado Costa, que não tem planos, de momento, para voltar para o Brasil.
Reabilitar casa em Portugal também é opção para famílias brasileiras
Há também famílias brasileiras que resolvem comprar casa para reabilitar em Portugal. “As famílias que procuram a arquitetura tradicional portuguesa, na maioria das vezes acabam por reabilitar de modo a conjugar a arquitetura com o seu conforto, um dos aspetos que mais valorizam”, argumentam as especialistas da Engel & Völkers Portugal, sendo de notar que, muitas vezes, escolhem fazê-lo longe dos grandes centros urbanos, onde as casas são mais acessíveis.
Foi o caso de Kézia Corrêa e da sua família, que decidiram trocar a agitação da capital por uma pequena aldeia junto à Serra da Estrela. Quando chegaram a Portugal, “o desejo de ir para o interior era grande. Viver numa cidade pequena era nosso objetivo e quando encontramos uma casa no valor que podíamos pagar, isso tornou-se realidade”, conta ao idealista/news.
Foi no interior do país que encontraram a casa ideal para viver (e a um preço acessível), mas antes tinha de passar por um processo de reabilitação. “A casa que encontrámos precisava de um pouco de amor e como nós temos gosto por obras e renovações, unimos o útil ao agradável”, partilha ainda. “O maior desafio foi mesmo a mão de obra, que estava fora do nosso orçamento. E, por isso, quase todas as obras somos nós que estamos a fazer”, conta Kézia Corrêa, que destaca que outro grande desafio é o frio que se faz sentir nesta região, pelo que estão agora “na corrida contra o tempo, para melhorar o isolamento da casa até o inverno”.
Embora admita que “muito falta fazer até terminar a reabilitação”, revela que atualmente a sua família já está a morar na casa. “O caminho da reabilitação da casa ainda vai ser longo”, mas tudo se consegue com “muito amor”, até porque “queremos manter muito da história da casa e isso dá mais trabalho”, conclui Kézia Corrêa, que admite ter a intenção de continuar a viver em Portugal, até porque “morar numa aldeia mudou muito a nossa vida” e, por isso, pretendem continuar a criar raízes e, quem sabe, depois desta reabilitação procurem uma quinta para reabilitar.
Como será o futuro da chegada de brasileiros para Portugal?
Nos próximos anos, Portugal deverá acolher ainda mais famílias brasileiras migrantes, até porque sente-se, hoje, “uma forte procura pelas melhores condições de vida que Portugal tem para oferecer. Inclusive, temos conhecimento de vários casos de clientes nossos que já moram no nosso país há alguns anos e cujas famílias começaram a emigrar agora para Portugal”, destacam Daniela Rebouta e Margarita Oltra, da Engel & Völkers Portugal.
Também Francisco Quintela acredita que haverá mais cidadãos brasileiros a chegar ao nosso país, porque “Portugal é uma extensão natural para os brasileiros, pelo facto de falarmos a mesma língua e de termos ligações culturais fortíssimas, o que facilita a integração. Além disso, “o nosso país representa estabilidade e segurança e uma porta de entrada para a Europa”, destaca ainda o responsável pela Quintela & Penalva | Knight Frank.
Mas há alterações quer na economia brasileira, quer nos incentivos fiscais em Portugal que podem desacelerar esta tendência. Miguel Lacerda, da Savills Portugal, destaca que “com a recuperação que se verifica no mercado brasileiro em termos económicos, o investimento proveniente deste 'target' sofreu uma ligeira redução”. E Sandra Canelas, da Remax Homes & Properties no Brasil, admite que “a redução do incentivo fiscal diminua um pouco o número de famílias brasileiras que emigram para Portugal”, muito embora acredita que a procura de casas por parte destas famílias deva continuar, “motivada principalmente pela qualidade de vida”.
Por seu turno, Guilherme Carnicelli considera que a tendência de chegada de brasileiros a Portugal dependerá de dois fatores. Um deles é a “fluidez do dinheiro do ponto de vista global, já que hoje em dia é muito mais fácil transitar moedas entre países”. E outro é a dinâmica de trabalho, porque “se o trabalho é cada vez mais digital, fica claro que uma parte vai poder trabalhar e morar em diferentes lugares do mundo, não só nómadas digitais, como também empresários, o que fomenta o mercado imobiliário diretamente”, conclui o consultor imobiliário no Brasil.
Fim dos vistos gold e do regime de RNH tem impacto na emigração de brasileiros para Portugal?
O que os cidadãos brasileiros – e outros cidadãos estrangeiros – se depararam nos últimos meses foi com alterações aos incentivos fiscais para investidores e famílias que querem obter autorização de residência em Portugal. O programa vistos gold chegou ao fim para investimento imobiliário a 7 de outubro, quando foi aprovado o Mais Habitação. E no próximo ano o regime para Residentes Não Habituais (RNH) também deverá terminar, se a proposta de lei do Orçamento de Estado para 2024 (OE2024) for aprovada tal como está – está previsto somente um período de transição para quem comprove que estava a planear mudar-se para Portugal em 2023.
Sobre o impacto do fim dos vistos gold na emigração de brasileiros para Portugal – que foram o segundo país que mais pediu autorizações de residência por esta via nos 11 anos do programa (um total de 1.256) -, a opinião dos especialistas ouvidos pelo idealista/news divide-se. Desde a Engel & Völkers Portugal e da Quintela & Penalva acreditam que as alterações aos vistos gold não vai afetar a procura dos brasileiros pelo nosso país de uma forma geral. Segundo os dados do extinto SEF, foram concedidas 10 autorizações de residência por investimento a cidadãos brasileiros em setembro desde ano.
Já Guilherme Carnicelli, Sandra Canelas e Miguel Lacerda reconhecem que o fim dos vistos gold e as outras políticas do Governo relacionadas com a habitação e imobiliário – como os regime RNH - podem ter impacto na procura brasileira. Mas alertam que os golden visa não são, para muitos, a principal razão para comprar casa em Portugal. Isto porque “muitos cidadãos brasileiros têm descendência e nacionalidade portuguesa, sendo que, em alguns casos, acabavam por juntar o útil ao agradável”, refere o diretor de residencial na Savills Portugal.
Para as famílias, reformados, trabalhadores e investidores brasileiros, “as políticas do Governo no que toca à habitação, nomeadamente o fim do regime dos RNH e as políticas de arrendamento, podem criar um arrefecimento da procura, uma vez que cria incerteza e gera desconfiança”, refere ainda Francisco Quintela, que considera “natural” que com a entrada de expatriados, nómadas digitais e estrangeiros a residir em Portugal, as rendas tenham subido, muito embora a “ verdadeira razão da subida das rendas é a falta de oferta de casas no mercado português”, conclui.
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