
Em fevereiro, o montante concedido pelos bancos em novos contratos de crédito habitação aumentou 132 milhões de euros face ao mês anterior, para 1.655 milhões de euros, segundo dados divulgados esta quarta-feira (2 de abril de 2025) pelo Banco de Portugal (BdP). Já a taxa de juro média dos novos empréstimos, que incluem renegociações, voltou a descer: fixou-se em 3,17%, o valor mais baixo desde dezembro de 2022.
“Os novos contratos de empréstimos a particulares aumentaram 196 milhões de euros, para 2.459 milhões”, indica o BdP, salientando que as novas operações de empréstimos incluem contratos novos e renegociados.
No que diz respeito ao crédito habitação, o supervisor adianta que o montante de novos contratos aumentou em fevereiro 132 milhões de euros, para 1.655 milhões de euros. Um crescimento alavancado pela garantia pública, que está a acelerar o crédito concedido aos jovens para a compra de casa: “O crédito concedido a mutuários com idade igual ou inferior a 35 anos representou 55% do montante de novos contratos para habitação própria permanente concedidos em fevereiro (excluindo os novos contratos para consolidação de crédito e as transferências de crédito para outra instituição), um peso 5 pontos percentuais (p.p.) acima do observado para janeiro”, lê-se no documento.
De referir que o montante concedido pelos bancos em novos contratos de crédito habitação em fevereiro, os já referidos 1.655 milhões de euros, é o quarto mais elevado desde pelo menos dezembro de 2014. O pico foi atingindo em dezembro do ano passado (2.089 milhões de euros).
Taxa de juro média dos novos contratos cai
No que diz respeito à taxa de juro média das novas operações de crédito habitação, desceu de 3,24% em janeiro para 3,17% em fevereiro, sendo este o valor mais baixo desde dezembro de 2022.
“Esta descida observou-se quer nos novos contratos, quer nos contratos renegociados, cujas taxas médias se reduziram 0,03 p.p. e 0,12 p.p., fixando-se em 3,09% e 3,44%, respetivamente”, indica o BdP.
A entidade liderada por Mário Centeno revela ainda que, em fevereiro, a grande maioria (72%) dos novos empréstimos à habitação foram contratados a taxa mista, ou seja, com taxa de juro fixa num período inicial do contrato, seguido de um período com taxa de juro variável.
“O peso dos contratos a taxa mista aumentou 2 p.p. relativamente a janeiro. Em fevereiro, os contratos a taxa mista representavam 35% do stock de crédito à habitação”, lê-se no boletim do BdP.
De acordo com o banco central, a taxa de juro média das novas operações a taxa mista foi de 2,95% em fevereiro, sendo 0,04 p.p. inferior à verificada em janeiro. A taxa de juro média das novas operações a taxa variável foi a que mais reduziu (0,14 p.p., para 3,45%), ficando abaixo da verificada nas operações a taxa fixa, que se manteve relativamente estável nos 3,60%”, conclui.
Juros dos depósitos em queda há 14 meses consecutivos
Relativamente à taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares, diminuiu pelo 14º mês consecutivo, passando de 1,98% em janeiro para 1,83% em fevereiro.
“O montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares diminuiu 1.408 milhões de euros, totalizando 11.679 milhões de euros”, esclarece o regulador.
“Nos novos depósitos com prazo até um ano, a taxa de juro média diminuiu 0,15 p.p., para 1,84%. Esta continuou a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e representou 97% dos novos depósitos em fevereiro. As remunerações médias dos novos depósitos de um a dois anos e a mais de dois anos apresentaram quedas de 0,05 p.p. e 0,27 p.p., fixando-se em 1,58% e 1,19%, respetivamente”, conclui a entidade.
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