Fatores prioritários na compra da casa mudaram, revela a CEO da RAR Imobiliária em entrevista ao idealista/news.
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Casas novas para comprar
Paula Fernandes, CEO da RAR Imobiliária / Novo Parque, Porto RAR Imobiliária

O mercado residencial ficou em suspenso durante vários meses com a chegada da pandemia da Covid-19, em 2020, mas este ano ganhou um “novo dinamismo”. Atingiram-se recordes nas transações e os preços das casas foram escalando, resultado do desequilíbrio estrutural entre a oferta e a procura. Mas poderá esta tendência mudar? Sim. “O mercado residencial tenderá a consolidar a tendência de ligeira quebra de valores médios transacionados”, aponta Paula Fernandes, CEO da RAR Imobiliária, em entrevista ao idealista/news.

Mas como é que o preço médio das casas pode baixar? Segundo Paula Fernandes, esta “ligeira quebra” poderá ser “consequência de um aumento de produto direcionado à classe média”. Mas não só. A par deste fator, há outros que podem impactar as poupanças das famílias, como a retirada dos apoios do Governo atribuídos durante a pandemia e a evolução do mercado de trabalho, que pode mesmo tornar-se “menos favorável ao rendimento familiar”, explica ainda a CEO da promotora imobiliária.

São várias as casas à venda que estão para chegar ao mercado pela mão da RAR Imobiliária, situando-se sobretudo na Grande Lisboa e no Grande Porto. Focada no segmento alto e médio alto do mercado, a promotora imobiliária tem, hoje, em fase final de construção 17 moradias da Quinta do Paço Lumiar, em Lisboa, um projeto com assinatura de Eduardo Souto de Moura. Mais a norte, destaca-se o Novo Parque, em Matosinhos, que hoje está em comercialização e em desenvolvimento, que vem colocar no mercado 73 novas casas, com preços que variam entre os 250 mil euros e os 870 mil euros. E ainda o Boavista 5205, na Foz do Porto, que está fase de pré-lançamento, onde vão nascer oito casas duplex.

Casas novas em Lisboa
Quinta do Paço do Lumiar, Lisboa RAR Imobiliária
E quem são os principais compradores destas casas novas? São maioritariamente os portugueses “com nível de rendimento elevado e um estilo de vida cosmopolita”, avança ainda na mesma entrevista. Um ano e oito meses depois do início da pandemia, nota-se uma mudança na procura: há “alterações nas necessidades dos clientes e daquilo que são os fatores prioritários na escolha de um imóvel”, reconhece Paula Fernandes.

Embora admita que houve “contenção e reflexão” nos novos investimentos durante a pandemia, a CEO da RAR Imobiliária olha para o “futuro com otimismo” e com a “clara consciência de que existirão mudanças no setor”, que vão “requerer uma maior flexibilidade e diversidade nos projetos a desenvolver”. E vai mais longe afirmando que “o desafio é, com base numa avaliação cuidadosa dos grandes investimentos, projetar um produto que responda aos diferentes requisitos, pré e pós pandemia, sem afetar significativamente o custo final dos produtos”. Para isso, tem o apoio do seu gabinete criativo, o Design Factory.

São vários os investimentos e os desafios que a RAR Imobiliária tem abraçado desde 1987, ano em que nasceu. E esta viagem no tempo foi contada por Paula Fernandes, CEO da promotora imobiliáia, nesta entrevista por escrito que, agora, partilhamos.

Comprar casas novas no Porto
Boavista 5205, Porto RAR Imobiliária
Como é que surgiu a RAR Imobiliária em Portugal? Veio colmatar uma procura existente?

A RAR Imobiliária, empresa do Grupo RAR, foi criada em 1987 para gerir o património imobiliário do Grupo. Alicerçada a um Grupo com mais de meio século de história, a RAR Imobiliária alargou a sua área de atuação e dedica-se, essencialmente, à promoção imobiliária para o segmento residencial alto de mercado. Apostamos no desenvolvimento de projetos fundamentados na cultura do habitar contemporâneo, prestando um serviço personalizado, acompanhando o cliente em todas as fases, seja no apoio à tomada de decisão de compra ou no serviço pós-venda.

Qual é o conceito que distingue a RAR Imobiliária?

Os projetos desenvolvidos pela RAR Imobiliária têm um claro foco no rigor, sustentabilidade, inovação e diferenciação do produto e serviço. A orientação para o cliente, o respeito pelas pessoas e o meio envolvente são princípios pelos quais a empresa se rege, procurando garantir uma continuidade no que faz e oferecendo uma proposta integrada de produto e serviço que satisfaça não apenas as necessidades, mas também os desejos e expectativas dos seus clientes.

"Habitar deve responder não apenas ao caráter funcional dos espaços, mas também corresponder a uma identificação emocional daqueles que nele habitam".

Quais as vantagens de ter um gabinete criativo dentro da empresa?

O Design Factory, gabinete criativo da RAR Imobiliária, tem como principal função o apoio ao negócio core da RAR Imobiliária, envolvendo-se ativamente no desenvolvimento dos projetos imobiliários e trabalhando em parceria com as equipas projetistas na elaboração e sugestão de soluções que permitam a apresentação de projetos com a marca "The Art of Living RAR’. A nível complementar desenvolve projetos de design de interiores e decoração para clientes externos.

Casas novas para comprar em Lisboa
Quinta do Paço Lumiar, Lisboa RAR Imobiliária

De que forma é que o trabalho desenvolvido no Design Factory se reflete na sustentabilidade e inovação dos empreendimentos?

O Design Factory representa uma aposta estratégica no design e inovação e pretende assegurar a pesquisa permanente de tendências, novas soluções e conceitos de habitar. Habitar deve responder não apenas ao caráter funcional dos espaços, mas também corresponder a uma identificação emocional daqueles que nele habitam. A preocupação pela envolvente e pelo impacto que cada projeto tem nessa mesma envolvente é sempre considerada, pelo que a sustentabilidade é um fator presente em todas as fases de decisão no desenvolvimento dos projetos.

Como surgem as oportunidades de investimento?

Atualmente a empresa tem em desenvolvimento alguns projetos que asseguram um pipeline interessante de produto. É, no entanto, importante avaliar novas oportunidades tendo em consideração o ciclo longo que o desenvolvimento de um projeto imobiliário implica. É necessário que a empresa se mantenha atenta às mudanças do mercado não havendo um canal definido para o aparecimento de novas oportunidades.

"A marca impacta um público-alvo com uma faixa etária alargada e eclética, com nível de rendimento elevado e um estilo de vida cosmopolita, maioritariamente nacional".

Quais os empreendimentos que estão a desenvolver? O que têm de especial?

Estamos em fase final de construção do projeto Quinta do Paço Lumiar, em Lisboa, cujo projeto de arquitetura tem a assinatura de Eduardo Souto de Moura. O empreendimento é composto por 17 moradias térreas, onze T3+1, um T3 e cinco T4+1, cada uma com piscina privativa.

O projeto Novo Parque, em Matosinhos, é composto por 73 apartamentos, com tipologias T1 a T4+1, distribuídos em dois edifícios e espaço comercial no rés-do-chão, e caracteriza-se pelas suas grandes fachadas envidraçadas com varandas, permitindo um maior contacto com o exterior. Este projeto foi lançado em 2020 e mantém a sua comercialização e desenvolvimento da obra.

Por último, estamos em fase de pré-lançamento de um novo projeto o Boavista 5205, na Foz, junto à Avenida da Boavista. Trata-se de um edifício de quatro andares que terá oito habitações T4 e T4+1, cada uma com dois pisos (duplex) e um piso de garagem. A maioria possui espaço exterior e piscina privativos.

Casas novas no Porto para comprar
Novo Parque, Porto RAR Imobiliária

Quem são os vossos principais compradores? Portugueses ou estrangeiros? Quais as principais nacionalidades?

O segmento de atuação da RAR Imobiliária é o residencial, apostando claramente no segmento alto e médio alto do mercado. A RAR Imobiliária atua com uma oferta de produto e serviço integrados, a nível nacional, predominantemente no grande Porto e na grande Lisboa. A marca impacta um público-alvo com uma faixa etária alargada e eclética, com nível de rendimento elevado e um estilo de vida cosmopolita, maioritariamente nacional.

Sentiram impacto da pandemia no negócio? De que forma?

As alterações sentidas no modo como vivemos e como trabalhamos traduziram-se para a RAR Imobiliária num período caraterizado por alguma contenção e reflexão no que diz respeito a novos investimentos. Tendo conseguido manter o desenvolvimento de projetos já iniciados e o interesse na análise de investimentos para novos projetos, a RAR Imobiliária tem consciência de que os próximos tempos serão, necessariamente, de alguma ponderação, observação e análise.

"Sentimos que a procura para a aquisição de imóveis, seja para habitação ou como forma de investimento, ganhou novo dinamismo".

Que mudanças sentem no mercado imobiliário nacional desde o início da pandemia? E no mercado do Porto? Já sentem a retoma do setor?

O ano de 2020 foi, sem dúvida, um ano de adaptação e que impactou naturalmente todos os segmentos de modo diferente. No que diz respeito ao mercado em que atuamos, segmento alto e médio alta residencial, após um período inicial em que o mundo todo ficou em suspenso, sentimos que a procura para a aquisição de imóveis, seja para habitação ou como forma de investimento, ganhou novo dinamismo. Podemos afirmar que 2021 está a ser um ano de muitas concretizações.

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Quinta do Paço Lumiar, Lisboa RAR Imobiliária

Como avaliam a evolução dos preços das casas? Há margem para travar a subida? De que forma?

Os preços das casas foram naturalmente impactos pela oferta escassa face à procura que o mercado imobiliário registou nos últimos anos. O mercado residencial tenderá a consolidar a tendência de ligeira quebra de valores médios transacionados, consequência de um aumento de produto direcionado à classe média e à medida que o apoio do Governo durante a pandemia seja eliminado e a evolução do mercado de trabalho se torne menos favorável ao rendimento familiar.

"O desafio é (...) projetar um produto que responda aos diferentes requisitos, pré e pós pandemia, sem afetar significativamente o custo final dos produtos".

Quais os planos para RAR para o futuro? Esperam expandir áreas de negócio?

A RAR Imobiliária olha para o futuro com otimismo, com a clara consciência de que existirão mudanças no setor, nomeadamente as alterações nas necessidades dos clientes e daquilo que são os fatores prioritários na escolha de um imóvel. Tudo isto irá requerer uma maior flexibilidade e diversidade nos projetos a desenvolver. O desafio é, com base numa avaliação cuidadosa dos grandes investimentos, projetar um produto que responda aos diferentes requisitos, pré e pós pandemia, sem afetar significativamente o custo final dos produtos. Acreditamos que, uma vez mais, o imobiliário e todas as atividades conexas continuarão a ser fundamentais no suporte à recuperação económica do país.

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1 Comentários:

americo palma
11 Novembro 2021, 15:11

250 mil euros no minimo para comprar casas para classe média??!! talvez para a alta baixa. Não passa de um sonho ilusório.

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