os portugueses continuam a preferir comprar casa em vez de arrendar, mas a verdade é que está cada vez mais difícil ter casa própria, sobretudo devido ao facto de os bancos estarem a cortar na concessão de crédito à habitação. nesse sentido, não é de estranhar que 2012 tenha sido um ano muito complicado para o ramo imobiliário. uma tendência, de resto, que se tem vindo a verificar nos últimos anos. logo no início do ano, surgiu a notícia de que 2011 foi o pior ano para a venda de casas das últimas duas décadas
dois meses depois, em março, noticiámos que o tempo médio de absorção de habitação na área metropolitana de lisboa (aml) tem vindo a decrescer, atingindo os nove meses no terceiro trimestre de 2011. já mais perto do final do ano, escrevemos que o tempo de venda de casa subiu quase dois meses em setembro, quando comparado com agosto. quer isto dizer que vender uma habitação em setembro demorou em média 16 meses, mais 60 dias que no mês anterior. a duração desce para quatro meses se se tratar de um imóvel para arrendar
uma ideia, de resto, que ganhou força com uma notícia que deu conta que nunca se venderam tão poucas casas como em 2011, ano em que foram transaccionados 114.237 imóveis no país
já em novembro ficou a saber-se que, de facto, os portugueses estão a comprar cada vez menos casas, sendo que só este ano – entre janeiro e agosto – foram vendidos menos 27.9% de imóveis que no mesmo período do ano passado
curioso é o facto de em janeiro e fevereiro o número de casas compradas a pronto pagamento ou sem recurso a empréstimo bancário ter rondado os 50%, segundo a associação dos profissionais e empresas mediadoras imobiliárias de portugal (apemip). um valor bem superior o registado em 2010
em jeito de conclusão, apesar de o preço das casas ter vindo a baixar mês após mês, o poder de compra dos portugueses, aliado ao facto de ser cada vez mais complicado obter empréstimos bancários, faz com que o negócio de compra e venda de casa tenha vindo a escassear. daí que vender uma casa em portugal demore, em média, 14 meses, enquanto arrendar ronda os quatro meses
sublinhe-se que a crise e as medidas de austeridade “empurraram” muitos proprietários de imóveis para situações de pobreza, pelo que muitos ex-donos de imóveis estão entre os novos sem-abrigo que o país viu nascer nos últimos anos
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