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2016, o ano gordo do imobiliário, com mais vendas e casas mais caras
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Mês após mês o setor imobiliário começou este ano a dar sinais de retoma e de uma vitalidade que não se vivia desde antes da crise em Portugal. E as melhores expetativas foram confirmadas ou até superadas: as operações de compra e venda dispararam e as casas subiram de preço. Estes resultados foram alimentados por uma forte procura de investidores estrangeiros, sobretudo no que toca o segmento de gama alta, mas também das famílias que voltaram a estar ativas no mercado de compra de habitação.

Depois de um longo período de queda nos preços, há três anos que as casas em Portugal estão a valorizar e registaram este ano a maior subida de sempre, veio confirmar o Instituto Nacional de Estatística (INE), recentemente. Em termos médios, as habitações ficaram 7,6% mais caras no terceiro trimestre deste ano, face a igual período em 2015. A maior subida registou-se nas vendas de casas em segunda mão, com uma aceleração de 9,1% nos preços. Já as casas novas aumentaram 3,7% no mesmo período.

Outro sinal do dinamismo do mercado imobiliário, confirmado pelas estatísticas oficiais, vem do número e volume de negócios das operações realizadas no último trimestre. No terceiro trimestre de 2016, o número de transações cresceu 15,8% face ao mesmo período do ano anterior, tendo sido realizadas 31.535 transações de alojamentos, mais de 80% das quais envolvendo alojamentos existentes.

Imobiliárias com melhor ano de sempre

E estes dados são confirmados pelas empresas que vivem deste negócio. RemaxEra PortugalCentury 21PortugalRur e OptiHome são apenas alguns exemplos de mediadoras imobiliárias que confirmaram ao idealista/news o excelente ano que foi 2016 para o setor.

A subida dos preços das casas para máximos de quase seis anos tem, porém, vindo a suscitar a dúvida de que se o mercado nacional está prestes a entrar numa bolha imobiliária. Mas, apesar do forte dinamismo que o setor está a viver, os especialistas rejeitam que se esteja a viver ou que haja o risco de haver uma bolha imobiliária, como a que sofreu, por exemplo, a vizinha Espanha. Num encontro realizado pelo idealista preferiram falar de "euforia".

Bolha imobiliária?

Esta mesma visão tem o Banco de Portugal (BdP), que considera que a aceleração dos preços da compra de habitação em Portugal não representa a formação de uma bolha imobiliária, mas sim a evolução natural do mercado, ao contrário da Alemanha onde atualmente se receia o desenvolvimento de uma bolha imobiliária 

Já o Banco Central Europeu (BCE) reconhece que Portugal está entre os países europeus onde, desde a última crise, se tem vindo a registar a maior subida do custo da habitação e pertence ao grupo de maior risco, devido à debilidade económica do país e ao crescimento em flecha do crédito à habitação

Também o Fundo Monetário Internacional (FMI) dá sinais de alerta. Não só quanto ao cenário português, mas para o mercado em termos globais, o organismo diz que ainda não é hora de pânico, mas avisa que os preços dos imóveis estão a subir de forma acelerada em vários países até níveis pré-crise (Portugal registou a 15ª maior subida anual entre mais de 60 países analisados).

Falta de casas para vender e comprar

O grande problema que Portugal parece estar para já a enfrentar é a falta de oferta de produto residencial para comprar. Devido ao boom do turismo, sobretudo no centro de grandes cidades como Lisboa e Porto - onde se chegam a registar preços tão caros como os praticados em Paris - cada vez há uma maior escassez de casas no mercado de compra e venda. Até em agosto, que costuma ser um momento de pausa, este fenómeno se registou.

reabilitação urbana tem vindo a colocar mais imóveis no mercado, mas ainda assim parece ser insuficiente. O setor defende que o futuro passará, também, pela construção de novas casas, sobretudo nas periferias das grandes cidades, como por exemplo Lisboa Porto

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