Compra de casa

Nos primeiros três meses do ano, o preço das casas aumentou 6,9% face ao mesmo período do ano passado. Trata-se da taxa mais elevada verificada desde o último trimestre de 2013, momento a partir do qual se iniciou um período de acréscimos sucessivos dos preços da habitação. De referir que também estão a ser vendidas mais casas, tendo sido transacionados 29.464 alojamentos no primeiro trimestre.

Queres saber tudo o que os principais bancos têm para oferecer no momento de conceder um crédito à habitação? Para ajudar-te, o idealista/news fez uma ronda pelas grandes instituições financeiras para reunir toda a informação, que é necessário saber para pedir um empréstimo para a compra de casa. Publicamos um artigo por dia a contar o resultado da nossa reportagem "cliente mistério". Hoje visitamos o Novo Banco, antigo BES e um dos maiores bancos a operar no mercado nacional.

O Deutsche Bank deu o tiro de partida e é o primeiro banco a reagir aos níveis cada vez mais negativos da Euribor (principal indexante no crédito à habitação em Portugal), com uma nova oferta de crédito à habitação apenas com soluções mistas, combinando taxas fixas com variáveis.

Ao longo dos últimos cinco anos, nunca houve um mês em que os bancos tenham concedido tanto crédito à habitação como em março passado. Nesse mês, a banca emprestou mais 491 milhões de euros para novos contratos de compra de casa, o que corresponde a um novo máximo desde 2011, e uma subida de 29% face a fevereiro.

As Euribor deverão acelerar as descidas com a decisão do BCE de baixar a taxa de juro para o mínimo histórico de 0%. Mas os bancos em Portugal continuam a rejeitar repercutir o efeito total nos créditos à habitação. O Parlamento está a discutir dois projetos de lei do BE e do PCP que visam obrigar os bancos refletir integralmente as taxas negativas e a assumir a amortização de parte do capital dos empréstimos.

Este será um dos melhores momentos para pedir um empréstimo ao banco para a compra de casa. As taxas Euribor estão negativas em todos os períodos (três, seis ou 12 meses) e os bancos estão novamente mais disponíveis para dar crédito à habitação, estando, na generalidade dos casos, a baixar os spreads - a margem que cobram sobre as Euribor.

No ano passado, o investimento resultante das Autorizações de Residência para a atividade de Investimento (ARI) – os chamados vistos gold/vistos dourados/golden visa – ascendeu a 466.259.797,63 euros, o que representa uma diminuição de 49% face aos 921.314.178,34 euros obtidos em 2014.

Animados pelas Euribor baixas e pelo aumento da oferta da banca no crédito à habitação com spreads mais interessantes, os portugueses estão novamente mais ativos na compra de casa. A Deco alerta, no entanto, os consumidores que pensam pedir empréstimo para a compra de casa para não olharem apenas para o valor de prestação que iriam pagar agora ao banco, mas para avaliarem cuidadosamente se conseguirão suportar a mensalidade quando as taxas Euribor subirem.

Em Portugal há cada vez mais proprietários, em vez de inquilinos. No ano passado, quase 75% da população nacional habitava em casa própria, quando a média da União Europeia é de 70,1%, mostram os dados mais recentes do Eurostat. A satisfação dos portugueses quanto à sua casa é, no entanto, inferior à generalidade dos países.

Em setembro, a venda de casas cresceu ao ritmo mensal mais elevado dos últimos cinco anos (desde 2010), um cenário que se deve ao aumento constante da procura.

O número de vistos gold atribuídos em outubro mais do que triplicou (221%) face a setembro. Ao todo, foram concedidos 119 vistos – uma média de 30 por semana –, num investimento de 41,6 milhões de euros.

A guerra dos spreads baixos no crédito à habitação continua ao rubro, com os bancos em Portugal a oferecerem taxas de financiamento para a compra de casa abaixo dos 2%. Agora foi a vez do Banif aderir à moda e reduzir o spread mínimo de 2,5% para 1,75%.

Forte defensor da compra de casa, em vez do arrendamento, o bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas considera que Portugal "continua a ser atrativo para o investimento imobiliário", apesar da "elevada carga fiscal" que afeta o setor.

Beatriz Rubio, CEO da Remax Portugal, diz que este ano “está a ser maravilhoso” e que, por isso, “2015 vai ser o melhor ano de sempre da mediadora” desde que está em Portugal (2000). Em entrevista ao idealista/news, a responsável considera “Portugal um paraíso na Terra”.

Nuno Gomes vende casas como ninguém. Fez em fevereiro dez anos que começou a sua aventura na Remax. Um percurso feito sempre a subir. Em entrevista ao idealista/news, o líder da NG Team by Nuno Gomes diz que a sua equipa teve, em 2014, “o melhor ano de sempre, com 21 milhões de euros em volume de negócios”.

Nuno Gomes é um nome incontornável no setor imobiliário nacional. Foi eleito, entre 2008 e 2012, o vendedor número um em Portugal. E em 2009 e 2010 foi considerado também o melhor a nível europeu, tendo entrado para a Remax há 10 anos. "A crise trouxe aspetos muitos positivos para o mercado imobiliário, porque a partir daqui tudo mudou", conta, em entrevista ao idealista/news.

Apenas quatro bancos, BPI, Montepio, BBVA e BIC (num total de 13), ainda não aderiram à nova vaga de redução de spreads registada desde o início do ano. Agora é a vez de o Novo Banco, Banif e Banco Popular alterarem o seu preçário no crédito à habitação. As alterações estão em vigor já este mês de abril.

Os encargos com o crédito à habitação não param de baixar, nomeadamente no que diz respeito à mensalidade a pagar ao banco pelo empréstimo concedido para a compra de casa. Em abril, a prestação a pagar vai descer entre 0,7% e 4,9%, consoante a taxa Euribor indexada ao contrato.