Empresas e profissionais da atividade deram a volta por cima num ano de total adversidade. Digitalização deu forte contributo.
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Mediação imobiliária
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Com a pandemia em pleno pico em Portugal, e o país em confinamento obrigatório, o ano de 2021 começou muito complicado para a economia em geral, e a mediação imobiliária em particular. Embora a manutenção da atividade das empresas do setor estivesse permitida, a abertura das lojas estava legalmente proibida e os negócios tinham de fazer-se à porta fechada, ou remotamente desde casa.

Mediação imobiliária, um setor que deu provas de estar imune à Covid-19
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Sem deixar cair a toalha ao chão, a mediação arregaçou as mangas e fez da digitalização a grande aliada. As mediadoras investiram em tecnologia, com visitas virtuais e outras ferramentas que facilitaram o trabalho e permitiram realizar transações à distância, e adaptaram-se à nova realidade, apostando também em formação, maior profissionalização e novas técnicas de marketing e comunicação, como o Google e as redes sociais.

Tecnologia e talento humano, a receita de sucesso da mediação para combater a Covid-19

E sem deixar de ser um negócio feito por pessoas para pessoas (seguindo o lema do setor), o online assumiu-se como o grande motor de crescimento da mediação imobiliária em plena pandemia - impulsionado pela adesão dos clientes (também cada vez mais digitais) às plataformas como principal canal de descoberta de imóveis, contacto com profissionais e posterior transação imobiliária. Permitiu aos portugueses e estrangeiros encontrar casas para viver ou investir em Portugal, aos profissionais mostrar/promover os imóveis em tempos de confinamento, e mostrou-se também depois fundamental na hora de retomar a atividade de portas abertas.

Tecnologia no imobiliário
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Em plena crise sanitária e económica a nível mundial, Portugal deu sinais de que mantinha o magnetismo e continuou a mostrar-se um forte pólo de atração de investimento imobiliário, nos vários segmentos, e sobretudo no residencial. E se esta forte procura, tanto nacional como internacional - que acabou por traduzir-se na continuada subida dos preços das casas - tem vindo a ser proveitosa para o setor, gerando muitos e bons negócios, (as transações atingiram máximos históricos), a falta de oferta de casas no mercado é o grande desafio, nomeadamente a nível da angariação e aumento da competividade.

agentes imobiliários
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Os agentes imobiliários têm hoje de ser mais profissionais e estar mais bem preparados, até porque os clientes, além de muitas vezes, mais sofisticados, informados e exigentes que num passado recente, têm também novos padrões de procura fruto da pandemia, seja na tipologia das casas, seja na localização. E os profissionais precisam de se adaptar para dar resposta a estes novos gostos e necessidades na tipologia das casas, seja na localização, se querem continuar a vencer. Até porque o leque de clientes é variado: se é verdade que o segmento das casas de luxo está em alta, também há que acompanhar o segmento da classe média, com maiores dificuldades em encontrar casa para comprar ou arrendar, mas com forte motivação pelas baixas taxas de juro e aumento da poupança, de forma genérica.

Mudar de casa
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Mais empresas, mais lojas, mais emprego, melhores salários e mais negócios: o retrato do setor em 2021

O florescimento da atividade, além das contas de resultados a somarem lucros, foi também visível pelo aumento da criação de empresas, a par dos constantes anúncios de aberturas de lojas e reforço da contratação de consultores. E também se pagaram melhores salários, registando-se uma subida na remuneração bruta mensal média por trabalhador. 

Negócios imobiliários
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Mas foi um ano que também ficou marcado por um amargo sabor de boca, marcado pelo caso da agente imobiliária que foi violada, esfaqueada e deixada em risco de vida, por um alegado cliente, durante a visita a uma casa. 

Por outro lado, chegaram novas leis e regras com impacto no funcionamento do imobiliário. As imobiliárias passaram em julho a ter novas obrigações de identificação e diligência de clientes suspeitos de branquear capitais ou financiar terrorismo, ou dos quais duvidem da veracidade ou adequação dos dados de identificação. E no que respeita aos anúncios de casas para arrendar,  empresas de mediação imobiliária estão obrigadas “a indicar o número da licença ou a autorização de utilização do imóvel, a tipologia, bem como a sua área útil, em todos os anúncios publicados com vista à celebração de contratos de arrendamento habitacional”.

Leis e normas no imobiliários
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Novas leis e maior profissionalização, os desafios do futuro 

Ainda para este ano, o regulador contava ter preparado um novo enquadramento legal para a mediação imobiliária. Mas até ao momento não há novidades do IMPIC - Instituto dos Mercados Públicos do Imobiliário e da Construção, nem do Governo, quanto ao tema. Isso sim, já se sabe que em março do próximo ano haverá uma nova lei de combate a esquemas financeiros no imobiliário, cujo objetivo é combater as atividades financeiras não autorizadas e abrange conservadores, notários, advogados e solicitadores.

formação em imobiliário
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E passados este 12 meses, em que a Covid-19 continua a resistir e a deixar sequelas a nível social e económico, contagiando o mundo, o setor da mediação imobiliária mostrou que estava vacinado e imunizado, dando até ao momento fortes provas de resiliência num contexto de grande adversidade. Agora é hora de estar preparado para o que aí vem, sendo que 2022 promete ser igualmente ou mais desafiador. E se há fatores que não se podem controlar - como o comportamento económico ou do próprio vírus - os profissionais do setor imobiliário podem fazer sempre por ser melhores. 

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