
Aumentar a oferta de casas no mercado que possam ser compradas por famílias portuguesas. Este é um dos objetivos a que se propõem vários promotores imobiliários que operam em Portugal. Para o conseguirem fazer, a solução passa, muitas vezes, por investir nas zonas limítrofes das cidades. No caso da capital, falamos, por exemplo, da Alta de Lisboa, de Miraflores e de Loures. É precisamente em Loures que vai nascer o mais recente projeto residencial da SOLYD Property Developers (SOLYD), que terá, “numa primeira fase, cerca de 270 apartamentos”, revela ao idealista/news Sónia Santos, Marketing & Sales Manager da empresa. Outro dos projetos que está na calha e que a promotora pretende lançar este ano vai nascer em Setúbal. Serão cerca de 100 apartamentos.
A Solyd é uma das promotoras imobiliárias mais ativas no mercado residencial nacional. E assim se manteve durante a pandemia da Covid-19. A aposta tem passado, sobretudo, pela construção nova e por empreendimentos localizados nas periferias da Grande Lisboa. Exemplos disso são, por exemplo, o projeto Altear (são dez edifícios na Alta de Lisboa) e o Mirear (cinco edifícios de habitação e um de escritórios em Miraflores). A empresa alarga agora a sua atividade, chegando às cidades de Setúbal (na margem Sul do Tejo) e Loures (na zona norte da capital).

“Teremos dois novos projetos, em Setúbal e em Loures. No polo de Loures vamos ter um conjunto de apartamentos novos significativo. São cerca de 270, numa primeira fase. Possivelmente será lançado ainda este ano. E em Setúbal também iremos ter cerca de 100 apartamentos, que também contamos lançar ainda este ano. Estes são os novos projetos que iremos lançar este ano, as novas localizações”, adianta Sónia Santos ao idealista/news – a conversa realizou-se durante o Salão Imobiliário de Portugal (SIL) 2022.
"Teremos dois novos projetos, em Setúbal e em Loures (...). O de Loures é de construção nova e o de Setúbal é de reabilitação. São ambos no segmento médio/alto e também numa ótica de oferta para famílias portuguesas"
Sem abrir muito o véu sobre estes projetos, a responsável conta que serão empreendimentos que, à semelhança do Altear e do Mirear, “terão algumas amenities, como por exemplo piscina, ginásio, varandas simpáticas e sala multiusos”. Em causa está um investimento de 74 milhões de euros e de 33 milhões de euros, em Loures e Setúbal, respetivamente.
“O projeto de Loures, à semelhança do de Miraflores, é de construção nova e o de Setúbal é de reabilitação. São ambos no segmento médio/alto e também numa ótica de oferta para famílias portuguesas. Sentimos que em Setúbal não existe produto para este segmento, sendo uma zona que tem muita procura e não tem oferta. E em Loures também: sentimos que é uma zona que está em crescimento. A ideia é construir um conjunto de blocos com características muito similares à conceção do Altear e do Mirear”, assegura.

“Estamos atentos a novas oportunidades”
Até à data, a SOLYD apenas tem investido em projetos localizados na Grande Lisboa. Será que a tendência se vai manter? Sónia Santos não fecha a porta à entrada em novas localizações, pelo contrário, considera que a promotora está atenta ao mercado nacional como um todo: “Temos estado muito atentos à área do Porto, do Norte, na verdade, e também ao Algarve. Gostávamos muito de investir nessas duas zonas. Estamos constantemente a analisar novas oportunidades e queremos investir nesses polos”.
E a Margem Sul de Lisboa também entra nas contas da SOLYD, além do projeto em Setúbal? “Sim, faz todo o sentido. E sim, estamos sempre atentos a novas oportunidades de investimento em Portugal. Agora estamos muito focados na Grande Lisboa, mas sempre atentos a outras zonas do país”, responde.
(...) Temos apostado muito nas periferias, nas famílias portuguesas e no segmento médio, médio/alto. A nossa visão e a nossa missão é encontrar estas localizações para continuar a desenvolver produtos de grande escala"
Certa é a aposta no aumento da oferta de imóveis destinados às famílias portuguesas. “A evolução da SOLYD passa muito por este segmento. Temos apostado muito nisso, tanto que o nosso percurso começou por apostar na reabilitação urbana, no centro de Lisboa. E, agora, temos apostado muito nas periferias, nas famílias portuguesas e no segmento médio, médio/alto. A nossa visão e a nossa missão é encontrar estas localizações para continuar a desenvolver produtos de grande escala”, explica.

860 milhões de euros investidos em sete anos
Ao todo, a SOLYD, que foi criada em 2015, já investiu 860 milhões de euros, adianta Sónia Santos, detalhando que a promotora vai colocar no mercado, ao todo, cerca de 2.000 unidades. “Já vendemos 900, portanto falta vender cerca de 1.100. Em termos de lojas, temos no total 63, sendo que já vendemos cerca de 30 lojas”.
Fazendo um ponto de situação sobre os vários projetos residenciais que tem em carteira, a responsável diz que “tecnicamente estão a decorrer quatro projetos”. E explica um a um em que fase de desenvolvimento estão:
- “O projeto Altear, na Alta de lisboa, tem diferentes fases, sendo que dos 10 edifícios que estamos a desenvolver falta-nos lançar apenas dois, que pensamos lançar muito em breve. Neste projeto, temos outros dois edifícios do Lago Altear, o A e B, que vamos começar em breve as escrituras, ou seja, vamos entregar o projeto. E os outros seis estão em construção em diferentes fases;
- No projeto Mirear, em Miraflores, lançámos as vendas no final do ano passado. Temos 70% do primeiro edifício vendido, que é o Terraces Mirear Bloco A, e as obras já arrancaram este mês. Vamos lançar agora muito em breve o Terraces Mirear Bloco B, que é igual ao A, e iremos lançar um terceiro edifício ainda este ano, e possivelmente o edifício de escritórios. Dos cinco edifícios residenciais contamos ter três em curso e também o edifício de escritórios;
- Temos o projeto Villa Unika, no Monte do Estoril, que continua em construção e estará concluído este ano. As últimas unidades estão em comercialização e, neste caso, é direcionado para o segmento alto, tendo uma procura muito grande por parte de estrangeiros, mas também temos vendido a portugueses;
- Depois temos o Miraflores Park, um projeto também em Miraflores, mas de reabilitação. Está em construção e também vai ficar concluído este ano, sendo falta vender cerca de 40% das unidades (são 34 apartamentos).”

Build To Rent em equação
Quando questionada sobre se a SOLYD via com bons olhos a aposta em empreendimentos direcionados para o mercado de arrendamento, nomeadamente o Build To Rent (BTR), Sónia Santos frisa que “é uma área a explorar”. E aponta a mira a um dos edifícios residenciais do projeto Mirear.
“Estamos a estudar a possibilidade de um dos cinco edifícios residenciais do Mirear poder ser de BTR. É uma área que gostávamos muito de explorar, porque temos feito só Build To Sell. É um segmento que gostávamos de trabalhar, e estamos a analisar para ver a viabilidade de fazermos um projeto nesse sentido. Também estamos atentos ao segmento de coliving, mas ainda não surgiu uma oportunidade específica”, sublinha.

Casas vão continuar a ser vendidas em planta
Inflação a subir, custo de vida a aumentar, taxas de juro a crescer e custos de construção a disparar. Será que todos estes fatores e que o contexto atual, marcado pela inesperada Guerra na Ucrânia, terão impacto no negócio da promoção imobiliária, nomeadamente na venda de casas em planta? “Penso que não. O feedback que temos tido dos clientes é que pretendem precisamente comprar logo no início, quando fazemos o pré-lançamento, porque também apostamos muito em campanhas especiais de pré-lançamento e, portanto, com condições especiais no início das vendas, em que procuramos ter um desconto mais atrativo para quem investe logo no início do projeto”, responde a Marketing & Sales Manager da SOLYD.
“Todos os clientes pedem para ficar na lista de espera dos novos lançamentos, precisamente por quererem aproveitar essa fase inicial de lançamento com condições mais vantajosas. Creio que este modelo tem funcionado muito bem”, remata.
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