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Impostos e imobiliário (eternamente) de mãos dadas
GTRES

O ano de 2017 foi pródigo em noticias fiscais relacionadas com o setor imobiliário. Um tema, de resto, que também fez correr muita tinta em 2016. No centro da polémica voltou a estar o Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI), que começou a ser cobrado em setembro: taxa em 0,7% quem tem um Valor Patrimonial Tributário (VPT) total (habitações e terrenos para construção) entre 600.000 euros e um milhão de euros e em 1% quem tem um VPT superior a um milhão de euros – no caso dos casados ou unidos de facto, o patamar de isenção duplica para 1,2 milhões de euros.

Certo é que depois de gerar muita polémica ficou a saber-se, em novembro, que o AIMI rendeu menos de metade do previsto pelo Ministério das Finanças. Em vez dos 130 milhões de euros estimados pelo Governo, o imposto terá rendido apenas 50 milhões de euros. Bem antes, em abril, e já antevendo que este seria um tema controverso e que poderia levantar muitas dúvidas, elaborámos um guia para te preparares para o AIMI.

O maior problema com este imposto está relacionado com o facto dos casais e beneficiários de heranças indivisas terem um prazo – até 31 de maio – para entregarem uma declaração que lhes permite partilhar o VPT e evitar pagar o AIMI, passando a integrar o patamar de isenção para 1,2 milhões de euros. Mas muitos casais foram apanhados de surpresa. Ainda assim, quase oito mil contribuintes conseguiram escapar ao imposto. Quem não foi a tempo de entregar o requerimento a pedir para o seu património ser avaliado conjuntamente teve, no entanto, uma nova oportunidade para evitar o pagamento do AIMI.

Certo é que houve uma avalanche de reclamações relacionadas com a liquidação deste imposto e que os casais que reclamaram ficaram livres de pagá-lo.

IMI (e IMT) no olho do furacão

O IMI, como todos os anos, também fez correr muita tinta. Logo no início do ano escrevemos que as autarquias iam receber 79 milhões de euros de IMI e IMT em atraso.

Mais tarde, em junho, revelámos que o Estado encaixou mais de nove milhões de euros com o IMI de 2012 cobrado em 2016 e um mês depois demos conta que o IMI encheu os cofres de Lisboa, Cascais e Sintra e que a venda de imóveis fazia engordar os cofres do Estado, através da receita de IMT. Se clicares neste link ficas ainda a saber que os impostos sobre o imobiliário rendem cada vez mais às autarquias. 

Pouco ou muito polémico, a verdade é que o IMI terá novas regras, que foram aprovadas no Parlamento a meio do ano. Já o Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) também trouxe novidades. Por exemplo: o IMI pode ser reduzido nas autarquias em rutura financeira, os senhorios podem tentar pagar menos IMI – para tal têm de pedir a isenção até 31 de dezembro – e quem melhorar a eficiência energética das casas em Lisboa terá descontos no imposto. 

Para terminar, deixamos-te três notícias curiosas: 

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