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leilões de casas, a luz ao fundo do túnel? – resumo 2011

em 2010, os portugueses compraram cerca de 2.600 imóveis com recurso às leiloeiras, mais 30% face a 2009. uma tendência que se deverá manter, ou mesmo aumentar, este ano. são várias as razões que estão na origem do aumento da procura de casas em leilão: desde logo as facilidades de financiamento são maiores, sendo que se podem conseguir bons negócios. ao mesmo tampo, a oferta de imóveis começa a ser cada vez maior, visto que os bancos e mesmo as imobiliárias estão a optar por este tipo de transacções. e mais, os bancos têm de “se desfazer” das casas penhoradas com que vão ficando: em setembro, a banca tinha mais de três mil milhões de euros de dívidas por incumprimentos

os leilões são, nos dias que correm, uma boa forma de conseguir comprar casa. a meio do ano, começaram a surgir cada vez mais notícias que davam conta do aumento de leilões no país, com muitas casas a poderem ser leiloadas. a empresa euro estates, por exemplo, realizou dois novos leilões em lisboa e no porto, levando à praça 95 casas, que pertenciam a um banco. na altura, em início de junho, já se tinham realizado 11 leilões nas duas principais cidades do país, tendo sido apresentados à praça cerca de 700 imóveis. isto em apenas cinco meses

mais recentemente, no final de novembro, uma reportagem da sic mostrava como funcionam os leilões, exemplificando como é possível conseguir alcançar bons negócios, comprando imóveis a preços mais baratos que os praticados no mercado. segue um exemplo: um t2 na moita, por estrear e com vista para as pontes vasco da gama e 25 de abril, foi a leilão por 56 mil euros, tendo sido vendido por mais três mil euros, mas o seu preço de mercado é bem superior

no entanto, e para que não se pense que comprar casas em leilão é tarefa fácil, há regras a ter em conta. desde logo, é importante “definir em que tipo de imóveis está interessado”, como a tipologia “o ano de construção, a zona geográfica a base de licitação e o preço que está disposto a pagar”. deve também saber-se qual é o valor patrimonial da casa, que “normalmente é inferior ao preço de mercado”

depois, é imperioso visitar o imóvel, para tomar conhecimento do estado de conservação do mesmo. é igualmente crucial perceber se existem condições para obter financiamento do banco, isto no caso de ser necessário recorrer ao crédito. antes do leilão, o potencial comprador terá de entregar o bilhete de identidade e o cartão de contribuinte, depositar “uma caução, que varia consoante a leiloeira, e assinar uma declaração de aceitação”. por fim, é bom não esquecer que quando se arremata um imóvel e depois não se tem condições “para cumprir com os compromissos associados”, desistindo-se da compra, perde-se “o valor da caução bem como do sinal”. nesse caso, o imóvel costuma ser adjudicado ao comprador com a segunda melhor oferta

em outubro, realizou-se a 14ª edição do salão imobiliário de lisboa (sil), que gerou enorme expectativa em torno do “maior leilão imobiliário do país”. houve mais de 237 imóveis em leilão – 26 moradias, 206 fracções habitacionais, 3 garagens e 2 lojas – e os valores de licitação oscilaram entre um mínimo de 25.000 euros  e um máximo de 199.000 euros, mais 18,5% face ao ano passado. eram várias as vantagens de comprar este tipo de imóveis, com créditos financiados pela caixa geral de depósitos, como: financiamentos máximos até 100% do valor da habitação, “spread” de 1% no primeiro ano, dispensa dispensa de avaliação e respectivos encargos; isenção de comissão de estudo; dispensa de realização dos registos provisórios e oferta do serviço de documentos habitação

ainda assim, a edição deste ano não superou as expectativas, tendo atraído menos pessoas que o esperado – 63 mil visitantes, face aos 80 mil registados no ano passado

quem também tem aproveitado os leilões para “despacharimóveis são as empresas públicas e o próprio estado. a epul (empresa pública de urbanização de lisboa) realizou um leilão em dezembro, mas dos cerca de 100 imóveis que foram levados à praça apenas foram vendidos 30%. luís bento, administrador da epul, considera que ainda existe “o clima de vergonha de licitar em frente às outras pessoas

também o leilão de imóveis do estado realizado no último mês do ano não correspondeu às expectativas: dos 81 imóveis disponíveis apenas 13 foram vendidos. um cenário que tende, esperam os analistas, a mudar de figura em 2012

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