A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta esta segunda-feira para o crescimento do desemprego em Portugal desde 2008, com a perda de um em cada sete empregos, e afirma que a situação não melhorou desde o lançamento do programa de assistência financeira acordado com a troika.
"Portugal enfrenta a situação económica e social mais crítica da sua história económica recente. Desde o início da crise global, em 2008, perdeu-se um em cada sete empregos - a mais significativa deterioração do mercado de trabalho entre os países europeus, depois da Grécia e de Espanha", diz o relatório "Enfrentar a crise em Portugal", que a OIT apresenta hoje em Lisboa, e que analisa o impacto da crise económica global no mercado de trabalho no país.
No mesmo relatório, a OIT defende a subida do salário mínimo e um reforço do Rendimento Social de Inserção (RSI) em Portugal, sobretudo nos casos de famílias com crianças. A OIT recomenda ainda especial atenção a grupos vulneráveis, como os jovens e as famílias sem emprego, onde a pobreza infantil cresce. Medidas que, em muitos casos, podem ter apoio comunitário, de modo a dar a volta a um cenário negro que se agravou muito desde o início da crise.
A OIT sublinha também a importância de disponibilizar mais recursos para as políticas ativas do mercado de trabalho, criando e facilitando condições para que os desempregados voltem a trabalhar.
Parte das soluções passa por opções políticas: A primeira seria a diminuição da taxa de juros em 1,5%, o que estimularia o aumento do investimento e do consumo. Em resultado do aumento da procura, o emprego aumentaria em 64.500 postos de trabalho e a taxa de desemprego diminuiria 1,2% até final de 2015, cita o jornal Público.
A segunda opção política seria um aumento das despesas com medidas ativas do mercado de trabalho. O emprego aumentaria em cerca de 43.500 e a taxa de desemprego diminuiria 0,8% até finais de 2015. Esta medida aumentaria as despesas do governo e os défices fiscais a curto prazo.
O relatório será lançado numa "Conferência de Alto Nível", em Lisboa, que contará com a participação de membros do Governo de Portugal, representantes dos trabalhadores e representantes dos empregadores.
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