pedir dinheiro emprestado ao banco para comprar casa é cada vez mais complicado, já que a banca está a dificultar o acesso ao crédito à habitação. mas a situação não se manterá assim durante muito mais tempo, já que esta é uma “fatia” muito importante para o negócio do sector financeiro, asseguram os responsáveis das mediadoras mais importantes a operar no país. ainda assim, os bancos não voltarão a fazer financiamentos como fizeram no passado e as regras vão continuar bastante apertadas
para beatriz rubio, ceo da remax portugal, “a banca já conseguiu atingir as metas da troika no que diz respeito ao rácio entre depósitos e empréstimos”. ”baixou dos 180% para os 120% actuais. está numa situação bastante mais saudável que há uns meses", disse, em declarações ao jornal de negócios. uma opinião, de resto, partilhada por ricardo sousa, ceo da century 21: “a tendência será no curto a médio prazo voltar a apostar neste segmento. é expectável uma inversão da tendência"
miguel poisson, director geral da era, vai mais longe e adianta que os bancos voltarão “a conceder crédito à habitação, porque se trata de um produto essencial para fazer a venda de outros produtos e serviços ('crossselling') e dedicar-se ao seu verdadeiro 'core business'". o responsável não tem dúvidas de que “a banca terá forçosamente de aumentar a sua política de concessão de crédito"
sublinhe-se que entre 2008 e 2012, a concessão de crédito à habitação caiu a pique, de 13.526 para 1.935 milhões de euros. segundo dados do banco de portugal, em maio foram concedidos 180 milhões de euros, mais 9,09% que em abril e mais 12,5% que no mesmo mês do ano passado
luís lima optimista
na opinião de luís lima, presidente da associação dos profissionais e empresas de mediação imobiliária de portugal (apemip), “a banca voltará a conceder o acesso ao crédito, mas sem cometer os mesmos erros que cometeu no passado”. o responsável adiantou que “a banca deixou praticamente de financiar quem procura comprar casa”, passando a “emprestar apenas parte do valor do imóvel”, pelo que se fechou “a torneira do crédito e as pessoas deixaram, pura e simplesmente, de ter possibilidade de adquirir casa própria”. uma situação que tenderá a mudar, “até porque o crédito à habitação é um produto imobiliário apetecível”, frisou
Para poder comentar deves entrar na tua conta