
Depois da recessão, a bonança. Adeus crise, olá crescimento? Veremos. O setor da construção está novamente de boa saúde, ou pelo menos a dar sinais de sólida recuperação. Depois da crise e dos longos anos negros, é chegada a hora – dizem os especialistas – de dar o salto. Espera-se que Portugal viva uma forte expansão no setor nos próximos três anos, um aumento previsto de 15% entre 2018 e 2020. O ritmo de crescimento foi cauteloso, mas também positivo. Mais que isso: superou as expectativas.
O ano termina com boas notícias? Sim. Começou assim? Não. No primeiro mês deste ano o idealista/news dava conta de uma notícia menos boa, ainda sobre 2016, ano em que a construção registou o investimento mais baixo dos últimos 30 anos. Sim, seria preciso recuar a 1986 para dar de caras com valores mais baixos. Um retrocesso “inaceitável e que tem de ser revertido”, dizia na altura o presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Reis Campos, mostrando-se otimista, ainda assim, sobre o que aí vinha, e que agora recordamos.
Primeiro os maus indicadores e depois os bons. Saltamos até junho, quando se soube que o investimento em construção tinha aumentado no primeiro trimestre 8,5% face ao período homólogo. Foi o maior aumento desde 2002 e o segundo maior desde 2000.
Em fevereiro, novas (e boas) perspetivas. Mês em que a Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP) anunciou um crescimento de 2,6% na produção do setor da construção. Na mesma altura soube-se que as encomendas na construção haviam disparado 63% no quarto trimestre de 2016, um cenário que se viria a revelar positivo no ano seguinte (2017). Mas os sinais otimistas não ficaram por aqui. Também os concursos de obras públicas promovidos em 2016 prometiam trazer a este segmento “outra pujança” a partir de 2017. Resumindo: a construção recuperou no final de 2016 e havia sinas de otimismo para este ano.
Um percurso feito de altos e baixos
O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima, começou o ano a alertar para a importância de se voltar à construção nova, revelando que “já há procura para tal”, sobretudo nas grandes cidades, “onde o stock é cada vez mais diminuto”.
Ainda que os sintomas fossem e sejam bons, o setor não está curado. E apesar de haver mais edifícios licenciados, constroem-se menos. Dizia o Instituto Nacional de Estatística (INE), em março, que nos últimos dez anos o número de edifícios licenciados reduziu-se em cerca de 29,3 mil edifícios, correspondendo a uma diminuição de 63,8% (45,9 mil edifícios licenciados em 2007, face a 16,6 mil em 2016).
Ficámos a saber, também, que a construção receberá 700 milhões de euros nos próximos anos, já que das candidaturas aprovadas ao Portugal 2020, mais de 1.100 diziam respeito a projetos empresariais da construção civil. E também que o número de trabalhadores da construção aumentou 5,6%, para 303,7 mil, no primeiro trimestre do ano, atingindo o maior crescimento desde 2011.
Primeiro os altos, e agora os baixos. O setor da construção começou a recuperar o fôlego, mas os problemas que agora enfrenta já não se prendem com a falta de obras e dificuldades de crédito, mas sim com a proliferação da concorrência desleal e clandestinidade. Em maio, a AICCOPN revelou que duas em cada cinco empresas de construção operavam ilegalmente.
A construção voltou a brilhar? Talvez. Os concursos de obras públicas quase duplicaram num ano e estiveram em máximos de 2011. Os projetos de habitação em licenciamento aumentaram 42,7% num ano e a construção nova seguiu, igualmente, uma tendência de crescimento.
O setor vai continuar a crescer em 2018, mas a um ritmo mais lento. O anúncio foi feito pela Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP), para quem, ainda assim, a Construção deverá “manter uma trajetória positiva”.
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