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O ano "louco" do imobiliário: Comporta e Feira Popular têm novos donos 
idealista/news

O ano de 2018 foi muito agitado no que diz respeito a grandes negócios imobiliários. Arrancou com a notícia da venda do Dolce Vita Tejo à AXA por 230 milhões de euros e terminou com a compra dos terrenos da antiga Feira Popular de Lisboa por cerca de 274 milhões, após uma conturbada hasta pública. Pelo meio, houve mais negócios de milhões a dar que falar, como por exemplo a venda de dois projetos da Herdade da Comporta ao consórcio Amorim Luxury/Vanguard Properties, por 158 milhões de euros.

Estávamos ainda em fevereiro e já se previa que 2018 iria ser um ano pujante para o setor imobiliário nacional, dando seguimento, de resto, ao verificado em 2017. Lisboa continua entre as 20 melhores cidades europeias para investir em imobiliário, escrevemos, tendo por base um estudo realizado pela PwC e pelo Land Urban Institute. E com o passar dos meses acabou por se confirmar a tendência de Lisboa, e também o Porto, serem destinos que estão na moda e cada vez mais no radar dos investidores. 

Bancos ativos

Em março, por exemplo, soube-se que o emblemático quarteirão da Pastelaria Suíça, junto à praça do Rossio, no coração da capital, tinha sido vendido à Mabel Capital, empresa espanhola onde o tenista Rafael Nadal participa como investidor e que em Portugal é representada pela JCKL, por 62 milhões de euros.

Por falar em quarteirões, destaque ainda para a notícia da venda de grandes ativos imobiliários que estavam nas mãos dos bancos: a Caixa Geral de Depósitos pôs à venda um edifício na Rua do Ouro – deverá render perto de 60 milhões de euros –, o BCP vendeu ao grupo hoteleiro Sana o edifício que detinha também na rua do Ouro, por um preço que terá oscilado entre os 40 e os 50 milhões, e o BPI vendeu o seu mais antigo imóvel – um quarteirão inteiro junto ao Arco da Augusta – por 66 milhões de euros. 

Espanhóis de olho em Portugal

No final de julho, mais uma notícia que permitia concluir que o mercado de centros comerciais estava a ser animado e que o investimento espanhol em Portugal estava a virar tendência. Trata-se da compra do centro comercial Almada Forum por parte da Merlin Properties à Blackstone por 406,7 milhões de euros.

Foram várias as empresas espanholas que começaram – ou continuaram – a apostar no mercado imobiliário nacional, como por exemplo a Kronos Homes e a MK Premium, que num ano investiu mais de sete milhões de euros em Portugal. 

Comporta com novos donos

Os negócios mais aguardados, e também mais polémicos, estavam guardados para a reta final do ano. Falamos da venda da Herdade da Comporta e dos terrenos da antiga Feira Popular de Lisboa, que integram a chamada Operação Integrada de Entrecampos.

No caso dos ativos da Herdade da Comporta, soube-se em setembro que os consórcios Oakvest/Portugália/Sabina Estates e Victor de Broglie/Global Asset Capital Europe (GAC) desistiram do processo de compra, ficando apenas na corrida o consórcio composto por Paula Amorim (da Amorim Luxury) com o grupo imobiliário Vanguard Properties (do milionário francês Claude Berda, que está muito ativo no país).

O acordo de venda foi assinado em outubro, mas a venda dos dois projetos só foi aprovada em assembleia-geral de participantes do fundo que geria os respetivos ativos imobiliários a 27 de novembro. Isto depois do Tribunal Central de Instrução Criminal e do Ministério Público (MP) terem dado parecer favorável a esta alienação. Um dia antes, José Cardoso Botelho, managing director da Vanguard Properties, dizia ao idealista/news que a decisão estava nas mãos dos acionistas. "Queremos colocar aquela zona num nível muito superior ao que é hoje. Atualmente tem enorme fama, mas tem uma infraestrutura fraca", referiu.

Certo é que a venda dos ativos da Comporta, por 158 milhões de euros, chegou a estar em risco, tendo o processo de venda sido assessorado pela Deloitte. A escritura de compra e venda dos ativos que abrangem 916 hectares está agendada para 4 de abril de 2019, sendo que a Vanguard ficará responsável por 88% dos ativos da Herdade e os restantes 12% pertencem à empresária portuguesa.

Uma hasta pública... com fim à vista 

A hasta pública da Operação Integrada de Entrecampos fez “correr muita tinta”. A história conturbada desta hasta pública teve vários episódios e só teve “final feliz” em dezembro, com a Fidelidade Properties a pagar cerca de 274 milhões de euros pelos lotes onde antes estava o parque de diversões, além de uma parcela na Avenida Álvaro Pais, tudo na zona de Entrecampos, onde vai construir a sua sede. A seguradora desembolsou 238,5 milhões pelo espaço da antiga feira e arrematou ainda um terreno na Avenida Álvaro País por 35,4 milhões de euros.

Pelo meio, a venda em hasta pública falhou três vezes: a primeira a 12 de novembro, a segunda a 23 de novembro e a terceira a 3 de dezembro. A Càmara Municipal de Lisboa tinha “em mãos” três propostas, tendo “levado a melhor” a Fidelidade Properties, que em meados de 2018 foi notícia, nomeadamente por estar a tentar vender o seu vasto património imobiliário. Descobre aqui o que está previsto nascer nos próximos anos nesta zona da capital.

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