Várias intituições, nacionais e internacionais, alertam para o risco de correção em baixa dos preços dos imóveis residenciais.
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Preço das casas a abrandar com a pandemia?
Alexas_Fotos por Pixabay

Comprar casa continua a ser (muito) caro mas preços estão a desacelerar. Será mesmo assim? Lançamos esta questão no fecho do ano passado, antes de se saber que a pandemia da Covid-19 ia trazer mudanças ao setor – e qual seria o real impacto da mesma, nomeadamente no que diz respeito ao preço das casas. Agora, um ano depois, parece haver uma resposta. Ou não! A subida dos preços das casas está a abrandar com a pandemia, havendo indicadores que apontam nesse sentido. Um “aviso” dado por várias intituições, nacionais e internacionais, que alertam para o risco de correção em baixa dos preços dos imóveis residenciais.

O que dizem as várias instituições

O Banco de Portugal (BdP) confirmou no último mês do ano uma ideia deixada anteriormente, a de que o mercado imobiliário se tem mantido resiliente na pandemia, conseguindo resistir bem ao choque económico provocado pela Covid-19. A instituição liderada por Mário Centeno disse estar preocupada com o futuro do setor e os potenciais efeitos negativos para o sistema financeiro e para a economia, alegando que a incerteza na procura por parte de estrangeiros e as quebras registadas no turismo, nomedamente no segmento do Alojamento Local, podem aumentar o risco de uma correção em baixa nos preços das imóveis residenciais, que até agora se têm mantido estáveis.

Já antes, em novembro, o BdP tinha abordado o tema, alertando para o risco de correção em baixa dos preços das casas devido à pandemia. Também a Moody's, a Standard & Poor’s e a Comissão Europeia escreveram sobre os preços do imobiliário residencial. Bruxelas, por exemplo, antecipa que o preço das casas em Portugal vai cair no curto prazo.

Quanto custa comprar casa em Portugal?

Os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos ao terceiro trimestre de 2020, mostram que o imobiliário português continua a dar sinais de resiliência à crise pandémica, tendo voltado a registar-se uma subida nos preços das casas - mas num movimento de desaceleração, em linha com o já registado trimestre anterior e tal como antecipou Bruxelas. De acordo com o INE, o mercado residencial fechou o terceiro trimestre com um aumento de 7,1% face a igual período de 2019, abaixo dos 7,8% verificados no segundo trimestre de 2020.

Entre o segundo e o terceiro trimestres de 2020, os preços das casas subiram apenas 0,5%, a nível nacional, o que corresponde à taxa de crescimento homóloga mais curta dos últimos quatro anos, desde 2015 - tinha sido de 0,8% no segundo trimestre de 2020, face ao anterior. 

No total, no terceiro trimestre de 2020 foram vendidas 45.136 casas em Portugal, mais 35% que no segundo trimestre (33.398 imóveis residenciais). De recordar que entre abril e junho o número de venda de casas tinha caído em flecha face ao período homólogo (menos 21,6%).

De referir, a título de curiosidade, que entre abril e junho o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal fixou-se nos 1.187 euros por metro quadrado (m2), um valor que representa uma redução de 1,4% face ao primeiro trimestre deste ano, mas também mostra um aumento de 9,4% face ao segundo trimestre de 2019. 

Os dados do idealista confirmam, de resto, este cenário: 

Evolução dos preços das casas

Entre abril e junho de 2020, marcado por várias medidas de contenção por causa da pandemia na maioria dos estados-Membros, o preço das casas aumentou 5% na Zona Euro e 5,2% na União Europeia (UE) face ao mesmo período do ano passado. Portugal superou este valor e registou a quinta maior subida na UE: as casas em território nacional ficaram 7,8% mais caras. Em causa estão dados divulgados, já em outubro, pelo Eurostat

O gabinete de estatísticas europeu revelou ainda que comprar ou arrendar casa ficou mais caro na última década, e que nem a pandemia pôs um travou no ritmo de subidas. Desde 2010 e até ao segundo trimestre de 2020, as rendas da habitação aumentaram 14,2% enquanto os preços de venda subiram quase o dobro, cerca de 25%. Portugal conseguiu superar a média europeia: nos últimos dez anos, os preços para comprar casa no país subiram mais de 40% e as rendas aumentaram mais de 15%.

Comprar ou arrendar a primeira casa: como decidir?

O acesso a uma habitação condigna é universalmente considerado uma necessidade básica do ser humano. Mas o que será melhor, comprar ou arrendar uma casa? Que custos estão inerentes nestes processos. Tentámos tirar todas as tuas dúvidas num especial dedicado a este tema, com artigos preparados pela Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor para o idealista/news. Toma nota:

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