O frio continua a entrar pelas casas dos portugueses. A falta de casas eficientes em Portugal é gritante. E melhorar o desempenho energético dos edifícios está, hoje, no topo das prioridades cá dentro e lá fora. Há pressões vindas da União Europeia (UE) neste sentido e os apoios do Estado para melhorar o conforto térmico das casas estão mesmo a ser reforçados. Esta é uma mudança crucial para reduzir o consumo de energia – que, por sinal, está mais cara que nunca - e diminuir as emissões de gases com efeitos de estufa. Além disso, investir em casas eficientes melhora - e muito - a qualidade de vida das famílias. Este é o estado da arte do impacto da eficiência energética no imobiliário em 2021.
A pobreza energética e as pressões vindas da UE
Portugal é o país da UE que apresenta valores mais baixos de poupança energética nos edifícios residenciais, segundo a análise da associação ambientalista Zero ao relatório da Comissão Europeia JRC. E a verdade é que a maioria dos portugueses (88%) considera a sua casa desconfortável a nível térmico, de acordo com o estudo realizado pelo Portal da Construção Sustentável (PCS) em abril de 2021.
Há falta de casas com eficiência energética em Portugal. Mas porquê? A ideia de que Portugal tem um clima ameno – que é culturalmente aceite – influenciou a construção no país ao longo das últimas décadas, que não olhou para o conforto térmico das casas. E isto refletiu-se na escolha dos materiais e também na má orientação solar dos prédios. Depois, há fatores económicos a colocar na balança: na hora de selecionar materiais, ainda se escolhem os mais baratos. E mesmo a nível social ainda há muito a fazer, sobretudo, no que toca a convencer as pessoas que nem só a parte estética importa e que investir na eficiência energética da casa trará ganhos no longo prazo, que se refletem na fatura da luz
É urgente começar a renovar os edifícios tendo em vista a melhoria do seu desempenho térmico, até porque mais de 85% dos edifícios de hoje estarão de pé em 2050, defendeu Kadri Simson, Comissária para a Energia. Foi neste sentido que a Comissão Europeia (CE) desenhou novos padrões mínimos de desempenho energético, que vão pressionar os proprietários a tornar os seus imóveis mais eficientes até 2030. O objetivo é só um: “alcançar um parque imobiliário com emissão zero até 2050".
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Apoios para tornar as casas eficientes
Um deles é o programa Edifícios + Sustentáveis que arrancou em junho de 2021 com uma dotação inicial de 30 milhões, mas depois de ter uma “extraordinária adesão” acabou por subir para 45 milhões de euros. O prazo de candidaturas também foi alargado até 31 de março de 2022. Trata-se de um programa que, desta vez, prevê uma taxa de comparticipação de 85% para obras em casa tendo em vista a melhoria do seu desempenho energético. Até setembro, o Fundo Ambiental já validou 3.247 candidaturas neste programa, que totalizam cinco milhões de euros.
Mas como é que as famílias se podem candidatar? E que obras estão abrangidas? O idealista/news criou guias e seguiu estes temas de perto ao longo de 2021:
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Como renovar e construir casas mais eficientes?
E também passa por construir edifícios sustentáveis. Na sua mais recente proposta sobre esta matéria, Bruxelas propôs que a partir de 2030, todos os edifícios novos tenham emissões zero. Desenhar e construir edifícios eficientes é o caminho, mas “na verdade [hoje] ninguém, ou quase ninguém, pensa os edifícios dando primazia à sustentabilidade”, revelou Aline Guerreiro, arquiteta e fundadora do Portal da Construção Sustentável, em entrevista ao idealista/news.
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Certificado energético: um documento essencial
Além destas aplicações, Bruxelas quer ainda reforçar o papel do certificado energético do mercado imobiliário do espaço europeu. Isto porque o espetro de aplicação vai aumentar, passando a ser obrigatório também apresentar este documento em grandes renovações de edifícios, em edifícios cujo contrato de arrendamento foi renovado e em todos os edifícios públicos.
Este é mais um tema que marcou a agenda em 2021 e o idealista/news preparou ao longo do ano um conjunto de artigos que te vão ajudar a perceber a importância e aplicação do certificado energético:
- Certificado energético: para que serve, como obter e quanto custa?
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- Certificados energéticos: dicas para evitar fraudes
- Certificado energético: quais os benefícios para os investidores?
- Certificados energéticos: violar a lei sai caro
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Crise energética instalada - preço da luz a subir
Melhorar a eficiência energética da casa é um passo importante para melhorar o conforto das famílias, mas também para reduzir os consumos de energia, num momento em que os preços da luz estão a subir em flecha. A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) revelou o preço da eletricidade voltou a aumentar a partir de outubro, estando prevista uma subida de 1,05 euros por mês para a maioria dos consumidores em mercado regulado.
E porque é que isto acontece? Segundo a ERSE, tarifa de energia reflete a subida dos preços nos mercados grossistas. E a verdade é que a escalda do preço da eletricidade no mercado grossista ibérico parece não ter fim à vista e os números estão mesmo a bater todos os recordes. A verdade é que as faturas da luz das famílias estão a disparar – sobretudo aquelas que vivem em casas com baixo isolamento térmico e tentam aquecer-se com recurso eletrodomésticos.
E como será em 2022? De acordo com a ERSE, o preço da luz para os consumidores do mercado regulado vai subir 0,2% a partir de 1 de janeiro de 2022. Já o ministro do ambiente garantiu, em setembro, que “não haverá aumento do preço da eletricidade para os consumidores domésticos do mercado regulado para o ano de 2022”. O melhor será esperar para ver.
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Como aquecer a casa sem que a conta da luz dispare?
Para ajudar as famílias a aquecer as casas de forma prática e barata, o idealista/news reúne aqui um conjunto de dicas e truques:
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