
Faltavam poucos dias para “fechar 2013” e já era levantada a hipótese de a prestação paga ao banco pelo empréstimo concedido para a compra de casa continuar a descer, o que augurava boas perspetivas para 2014. E assim foi. Após uma subida ligeira na mensalidade, esta voltou a cair, e para mínimos históricos, em outubro, já depois do Banco Central Europeu (BCE) ter baixado as taxas de juro para um valor recorde de 0,05%.
Vamos por partes. O ano começa com notícias pouco animadoras: primeiro porque havia a ideia de que os bancos iam continuar a cortar na concessão de crédito à habitação, depois porque o crédito malparado na habitação tinha atingido máximos históricos em novembro de 2013. A completar este pessimismo, uma notícia que dava conta de que, numa década, a concessão de empréstimos caiu de forma acentuada, sobretudo a partir de 2008.
O elevado crédito malparado na habitação estava na ordem do dia. Tinha voltado a atingir máximos históricos em fevereiro – soube-se em abril – e os números não deixavam dúvidas: Seis em cada 100 famílias não pagam a prestação da casa.
Alterações debatidas no Parlamento
Foram então discutidas no parlamento alterações a implementar no regime extraordinário de renegociação do crédito à habitação, visto que o mesmo não estava a apresentar resultados: apenas 297 famílias beneficiaram do programa num ano, em mais de 1.600 pedidos. Mais tarde, os números ganharam novos contornos, e em 1.830 pedidos de acesso ao regime extraordinário, 78% foram indeferidos, o equivalente a cerca de 1.468 contratos. O regime acabaria por ser aprovado em julho.
Também polémica foi a discussão em torno do regime de crédito à habitação para pessoas portadoras de deficiência, que foi aprovado em julho e publicado em Diário da República em agosto, com as novas regras a entrarem em vigor a 1 de janeiro. O assunto começou a ser abordado, no entanto, bem antes, no final de abril.
Prestação da casa sobe e desce
No que diz respeito à prestação da casa paga ao banco todos os meses, as perspetivas começaram por ser negativas, com notícias a dar conta de aumentos em março, abril e maio. Mas em junho o BCE decidiu baixar a taxa de juro para novo mínimo histórico (0,15%), o que teve influência na economia portuguesa.
Com esta decisão, o cenário inverteu-se e a mensalidade a pagar ao banco pelo empréstimo concedido começou a baixar. Foi assim em julho, agosto, setembro, outubro e novembro. Descidas continuas que se deveram a um novo corte na taxa de juro diretora, anunciado por Mario Draghi, presidente do BCE, em setembro. Já em novembro ficámos a saber que a prestação deve manter-se baixa até ao verão de 2015.
Quando aos spreads, que durante anos estiveram muito baixos e, também por isso, muitos portugueses acabavam por contrair um crédito à habitação, começaram a descer no início do ano. Em junho soube-se que, desde janeiro, só três bancos, entre os 13 maiores a atuar em Portugal, não mexeram nos spreads. Ainda assim, José Araújo, diretor da área de imobiliário do Millennium bcp, confidenciou-nos, em julho, que “os bancos nunca mais vão voltar a fazer a asneira de dar spreads de 0,25%”.
Para terminar, e porque nunca sabemos como será o dia de amanhã, deixamos-te alguns conselhos que podem ser uteis se um dia correres o risco de não conseguires pagar a prestação da casa. Assim saberás o que fazer.
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