Banco de Portugal, por exemplo, destacou a “assinalável resiliência” do setor, que conseguiu manter-se “insulado dos fortes impactos negativos da crise pandémica”.
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Construção, um setor que dá sinais de estar resiliente à Covid-19
3D Animation Production Company por Pixabay

Portugal perdeu com a pandemia, entre o primeiro e terceiro trimestre do ano, 66.000 empregos (em termos líquidos). O setor da construção parece ter escapado, no entanto, a esta tendência, tendo dado sinais de resiliência: foram criados 5.300 empregos durante esse período. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), conhecidos em novembro foram ao encontro dos divulgados um mês antes pelo Banco de Portugal (BdP), que considerou que o setor da construção está a mostrar uma “assinalável resiliência”, conseguindo manter-se “insulado dos fortes impactos negativos da crise pandémica”.

O que se disse sobre o setor 

Sobre este tema, David Marques, CEO e sócio fundador da Detailsmind, empresa dedicada ao mercado da construção e reabilitação em Portugal, disse que o setor da construção, e quase numa espécie de contraciclo, tem-se destacado ao longo de todo este período pelo seu desempenho positivo e pela forma como tem conseguido “escapar” à crise. “O mercado dá sinais de querer recuperar a sua dinâmica anterior”, mantendo-se “as intenções de execução de projetos em várias áreas”, contou, em entrevista ao idealista/news.

Para Manuel Reis Campos, presidente da presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), os projetos lançados a concurso no âmbito do Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030, no valor de quase 43 mil milhões de euros, têm de ter em conta a capacidade e habilitação do tecido empresarial nacional. O responsável defendeu que as “empresas têm de saber com o que podem contar e ter igualdade de circunstâncias para competir com as concorrentes estrangeiras”.

O mesmo Manuel Reis Campos referiu, no entanto, que é importante ter os pés bem assentes no chão. Isto devido à incerteza económica que uma segunda vaga da pandemia pode trazer. Antes, em agosto, disse que é “no investimento público e privado que reside a chave” do futuro coletivo do setor da construção.

Licenciamentos e custos de construção

No terceiro trimestre de 2020, ou seja, meses de verão e em plena pandemia, o número de edifícios licenciados e concluídos em Portugal aumentou 2,8% e 1,5% respetivamente, em termos homólogos. Dados do INE revelam que, entre julho e setembro, foram licenciados 5.900 edifícios e concluídos 3.700.

No que diz respeito aos custos de construção de habitação, aumentaram 2,2% em outubro de 2020 face ao mesmo mês do ano passado, segundo o ONI. Uma subida homóloga idêntica à registada, de resto, em setembro.

Ao longo do ano foram várias as notícias que publicamos sobre este tema. Mostramos em baixo algumas:

Empreendimentos nascem em pandemia

Foram vários empreendimentos – sobretudo residenciais – que foram notícia ao longo do ano, ou porque iam ser lançados e/ou comercializados, ou porque estavam já a ser construídos ou porque estavam a ser projetados. Isto num cenário de pandemia do novo coronavírus, o que mostra que o setor da construção não parou, conforme escrevemos no final de junho, quado escrevemos que o setor imobiliário e da construção fechou o mês de maio quase totalmente operacional, com 97% das empresas destas atividades a funcionar. Uma ideia, de resto, também deixada antes, em abril, e depois, em setembro.

Estas são alguns dos empreendimentos a “sair do papel”:

Reabilitação em tempos de crise

Apesar de todos os projetos imobiliários em curso, a oferta de habitação nova em Portugal está a crescer a um ritmo (muito) lento. O país está a conseguir construir e acabar uma média inferior a 1,5 habitações novas por cada mil habitantes, sendo atualmente o mercado europeu com o “plafond” mais reduzido, em causa está um estudo do do Ifo - instituto de investigação económica da Alemanha. A reabilitação urbana, a par da construção nova, voltou a dar que falar em 2020, sendo muitos os imóveis que ganharam “uma segunda vida”, como por exemplo a antiga faculdade Moderna, em Lisboa, e o antigo Matadouro do Porto

Importa dizer, a este propósito, que o Instrumento Financeiro de Reabilitação e Revitalização Urbana (IFRRU) 2020 conseguiu aumentar a sua execução nos últimos meses, marcados pela pandemia da Covid-19, tendo chegado aos 248 contratos assinados, num investimento de 704 milhões de euros em reabilitação integral de edifícios e melhoria do seu desempenho energético, anunciou, em setembro, o Ministério das Infraestruturas e Habitação.

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